Como deve ser o tratamento das disfunções sexuais?
04 de Abril de 2022
O tratamento das disfunções sexuais divide-se em duas abordagens, a psicofarmacoterapia (uso de medicamentos) e a psicoterapia. Ambas podem ser utilizadas de forma individual ou combinada, a depender de uma avaliação médica e psicológica individualizada.
Algumas diretrizes de tratamento das disfunções sexuais recomendam que a psicoterapia seja eleita quando a origem do transtorno é psicológica ou mista, enquanto as disfunções majoritariamente biológicas devem receber intervenções psicofarmacoterápicas.
Como a distinção entre fatores biológicos e psicológicos é tênue e difícil e, em geral, ambos estão entrelaçados, o tratamento combinado é uma opção usualmente adotada. E como disfunções sexuais com uma base biológica mais explícita podem causar prejuízos psicológicos, a psicoterapia se mostra fundamental na maioria dos casos.
PSICOFARMACOTERAPIA
O uso de medicamentos dependerá das características de cada disfunção sexual, de acordo com os mecanismos de ação neurobiológicos envolvidos. A maior parte das disfunções sexuais é medicada com antidepressivos.
Para que seja feita uma escolha apropriada, alguns elementos devem ser observados. Em primeiro lugar, é preciso atentar à possível presença de outros transtornos mentais (comorbidades), porque medicamentos indicados para algumas condições clínicas podem não ser adequados para outras.
É preciso avaliar o uso de outros medicamentos, restrições/alergias ao uso de medicamentos específicos e a presença de patologias orgânicas não psiquiátricas. Uma consulta médica seguida de uma bateria de exames clínicas pode dissipar possíveis dúvidas.
Condições como gravidez e amamentação também merecem atenção, pois alguns medicamentos podem não ser apropriados para uso nessas fases, enquanto outros se mostram seguros.
Outro ponto relevante diz respeito à intensidade e à frequência de efeitos colaterais, que precisam ser discutidos em conjunto com cada paciente — muitas pessoas não aderem a medicamentos por causa do desconforto causado por esses efeitos.
TCC
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é considerada um dos padrões ouro de psicoterapia para abordar as queixas e disfunções sexuais, demonstrando eficácia na resolução das demandas.
Um tratamento clássico de disfunções sexuais conforme a TCC inicia com uma avaliação detalhada de fatores físicos, psicológicos e interpessoais envolvidos na gênese do problema, bem como a investigação das crenças e dos pensamentos da pessoa sobre sexo e sobre si. Os protocolos de intervenção costumam ser curtos e focados na resolução de problemas.
As técnicas utilizadas variam conforme a disfunção sexual em questão e costumam ser de ordem mais comportamental do que cognitiva. Cada transtorno tem procedimentos específicos e roteiros orientativos, que não são rígidos, mas servem para guiar os profissionais.
LITERATURA
O livro "O que você precisa saber sobre disfunções sexuais e tem medo de perguntar", de autoria do psicólogo Ramiro Figueiredo Catelan e publicado pela Sinopsys Editora, tem como objetivo servir de instrumento educativo básico para pacientes, familiares e profissionais da saúde a respeito das disfunções sexuais.
Entre as perguntas respondidas na obra, constam o que são e qual a origem das disfunções sexuais; quais são os critérios utilizados para distinguir a resposta sexual normal da patológica; e o que se pode fazer para tratá-las?
O livro faz parte da coleção "O que você precisa saber sobre e tem medo de perguntar", que visa esclarecer aspectos relacionados a transtornos mentais para não especialistas. Caracteriza-se por sua linguagem clara, objetiva e acessível.