Educação para aposentadoria: um tema importante
28 de Outubro de 2022
A educação para aposentadoria é um tema que vem merecendo maior atenção por causa do aumento da expectativa de vida da população. Nesse contexto, destacam-se questões relacionadas à saúde física e mental.
A transição para a aposentadoria é vivenciada de maneira distinta entre os trabalhadores. Alguns sofrem com a mudança de rotina, a perda de contato com os colegas, a impossibilidade de seguir nas atividades costumeiras e vivenciam um processo de crise de identidade.
Já outros sentem-se mais livres, iniciam novas atividades com base em seus valores e interesses, mantêm-se fisicamente ativos, fortalecem os vínculos e realizam projetos há tempos guardados.
Como tal dualidade é natural, diversos pesquisadores vêm estudando as condições que permitem viver a aposentadoria com qualidade de vida e a forma como promovê-la, especialmente por meio de programas de educação para aposentadoria.
PLANEJAMENTO
Quando não planejada adequadamente, seja no campo financeiro, no fortalecimento das relações familiares e sociais, nas atividades de ocupação e de lazer, seja nos cuidados com a saúde, a aposentadoria pode não garantir um futuro tranquilo como o almejado pelo trabalhador.
Sendo assim, a aposentadoria é um acontecimento que exige adequações no estilo de vida do indivíduo, em suas relações sociais, familiares e de trabalho.
Como em outros processos de transição (casamento, nascimentos dos filhos e divórcio por exemplo), a decisão de se aposentar requer a aquisição de competências que auxiliem o indivíduo a enfrentar as dificuldades dessa fase da vida.
Tais competências estão relacionadas à capacidade de lidar com mudanças e perdas, de superar as adversidades e de buscar alternativas para a solução de problemas, a fim de se adaptar melhor à nova situação.
Dessa forma, a implantação de ações que atendam a essas necessidades, seja em organizações públicas, seja em organizações privadas, torna-se relevante para prevenir o sofrimento psíquico dos trabalhadores e promover um melhor ajustamento à aposentadoria.
ENVELHECIMENTO ATIVO
O termo envelhecimento ativo foi adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no final dos anos 1990 como uma proposta de desenvolver oportunidades de saúde, de inclusão e de segurança que proporcionem uma melhoria na qualidade de vida à medida que as pessoas envelheçam.
Caracteriza-se por ser mais abrangente do que a descrição de envelhecimento saudável, pois engloba, além dos cuidados com a saúde, características psicológicas, sociais, culturais, comportamentais, econômicas e de gênero. Essa visão integrada está em consonância com a definição ampliada de saúde proposta pela OMS.
Também está de acordo com o favorecimento da implantação de ações direcionadas à educação para aposentadoria que promovam autocuidado, autoconfiança, mudança no estilo de vida, modificação de comportamentos e planejamento adequado para uma decisão segura com relação à aposentadoria e, consequentemente, um envelhecimento bem-sucedido.
LITERATURA
O livro “Programas de educação para aposentadoria: como planejar, implementar e avaliar” apresenta os fundamentos conceituais da prevenção e da promoção da saúde mental e das políticas sobre educação para aposentadoria e envelhecimento ativo.
Também evidencia diferentes estratégias e formatos de intervenção que podem compor programas de educação para aposentadoria, tais como intervenções breves, intensivas e continuadas.
Organizada por Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-França e Juliana Seidl e publicada pela Sinopsys Editora, a obra destina-se a estudantes, profissionais e pesquisadores das áreas de psicologia, educação, saúde, administração, gestão de pessoas, gestão de políticas públicas e afins.
Seus autores são renomados pesquisadores, professores doutores e mestres nas áreas de psicologia clínica e cultura, psicologia de educação para aposentadoria, psicologia social, organizacional e do trabalho, processos de desenvolvimento humano e saúde.