Psicofarmacologia na infância e adolescência
01 de Dezembro de 2022
O uso da psicofarmacologia na infância e adolescência, com o devido acompanhamento psiquiátrico, é considerada pelos profissionais da saúde em diversas situações clínicas. Os psicofármacos são ferramentas terapêuticas muito importantes para o tratamento de crianças e adolescentes acometidos por diferentes transtornos mentais.
No entanto, a psicofarmacologia na infância e adolescência só pode ser abalizada em um projeto terapêutico integral multidisciplinar e requer a participação de diferentes atores da vida do paciente, como família, escola, profissionais de saúde e instituições.
É sob esse paradigma que o psiquiatra da infância e adolescência, médico que não se resume a um prescritor de psicofármacos, pode empregar esse recurso terapêutico muitas vezes fundamental.
INDICAÇÃO
A indicação do tratamento psicofarmacológico na infância e adolescência é eminentemente clínico, ou seja, ocorre depois da fase de avaliação, do estabelecimento do diagnóstico e de uma formulação psicossocial abrangente.
O diagnóstico apropriado constitui o pilar da resposta terapêutica medicamentosa. É primordial que a prática da psicofarmacologia na infância e adolescência seja baseada no melhor nível de evidência à disposição do clínico a fim de contribuir para a eficácia e a segurança do tratamento selecionado.
Cabe ao médico especialista conduzir uma avaliação parcimoniosa de múltiplos fatores, acompanhada do balanço de riscos e benefícios associados ao emprego da psicofarmacologia na infância e adolescência.
Essa avaliação levará a uma decisão tomada junto ao paciente e aos seus responsáveis legais. É também responsabilidade do médico estipular os custos do tratamento e auxiliar a família a ponderar as diferentes opções.
DESENVOLVIMENTO
No atendimento ao público infantojuvenil, o conhecimento sobre o desenvolvimento normal é essencial para a prescrição de psicoterápicos, pois há comportamentos esperados em diferentes etapas do ciclo vital que dispensam o uso de medicamentos, como medos transitórios e alguns comportamentos opositores.
Além disso, a gravidade do transtorno, o sofrimento do indivíduo e o prejuízo funcional em diferentes áreas sempre devem ser ponderados na tomada da decisão clínica.
ASSOCIAÇÃO
As abordagens psicoterápicas têm papel de destaque no arsenal terapêutico dos quadros psicopatológicos da infância e adolescência, e o uso de psicofármacos em associação já demonstrou ser mais benéfico do que a monoterapia em alguns quadros.
Há quadros clínicos, como psicose e transtorno do humor bipolar, que sempre demandam tratamento farmacológico.
Em outras condições, a medicação age para atenuar sintomas-alvo que surgem no curso do transtorno, como é o caso da irritabilidade nos transtornos do espectro autista.
LITERATURA
Lançado pela Sinopsys Editora, o “Guia prático da terapia cognitivo-comportamental para terapeutas de crianças e adolescentes” traz desde material de avaliação até técnicas de orientação e tratamento na abordagem cognitivo-comportamental para os principais transtornos encontrados na prática clínica com o público infantojuvenil.
Organizado pela psicóloga e pedagoga Juliana Braga Gomes, a obra tem 55 capítulos elaborados por profissionais que são referência na área da TCC. Também disponibiliza sugestões de leitura e materiais complementares para o terapeuta, além de vários recursos terapêuticos para download.