Requisitos que possibilitam ou impedem a doação de sangue

A doação de sangue no Brasil deve ser voluntária, anônima e altruísta. O procedimento que ajuda salvar muitas vidas é simples, rápido e seguro, mas é importante que o doador esteja em boas condições de saúde e ciente dos requisitos que possibilitam ou impedem a prática.

O respeito às exigências garante a saúde daqueles que doam e especialmente, a saúde daqueles que recebem o sangue, que não pode estar contaminado.

Podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos. Para os menores (entre 16 e 18 anos), é necessário o consentimento formal dos responsáveis. E quem tem entre 60 e 69 anos só pode doar se já o tiver feito antes dos 60 anos.

Outras exigências importantes são pesar no mínimo 50 quilos. Já a frequência máxima de doações por ano é quatro vezes para homens e três para mulheres. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para eles e três meses para elas.

Também é obrigatório apresentar documento original com foto recente, que permita a identificação do candidato, emitido pelo respectivo órgão oficial.

Além disso, é preciso que o voluntário esteja alimentado, mas evite alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação de sangue. Caso seja após o almoço, é necessário aguardar duas horas.

O doador de sangue também precisa estar descansado, ou seja, ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas.

Entre os principais impedimentos temporários para doação de sangue, constam: gripe ou resfriado (é preciso aguardar sete dias após o desaparecimento dos sintomas); gravidez (é necessário aguardar 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana); amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).

O doador de sangue também não pode ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação e não pode ter feito tatuagem ou maquiagem definitiva nos últimos 12 meses.

Já em situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis, é preciso aguardar 12 meses antes de fazer a doação de sangue.

Após qualquer procedimento endoscópico, como endoscopia digestiva alta, colonoscopia e rinoscopia, é necessário aguardar seis meses.

Outras situações que exigem prazos de espera incluem extração dentária ou tratamento de canal (sete dias); cirurgia odontológica com anestesia geral (quatro semanas); acupuntura (se feita com laser ou sementes, apto; se feita com material descartável, 24 horas; se feita com material sem condições de avaliação, 12 meses).

Nos casos de herpes labial ou genital, o voluntário só estará apto à doação de sangue após desaparecimento total das lesões. Já nos casos de herpes zoster (vírus varicela zoster), é necessário aguardar seis meses após a cura.

Quem esteve nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins ou em países onde há alta prevalência de malária deve aguardar 12 meses após o retorno para doar sangue.

Já os voluntários que estiveram em regiões com surto de febre amarela devem aguardar 30 dias após o retorno. Caso tenham tomado a vacina contra a doença, precisam esperar quatro semanas. E caso tenham contraído a doença, devem aguardar seis meses após recuperação completa.

Por sua vez, candidatos que tomaram a vacina da gripe precisam aguardar 48 horas antes de doar sangue.

E aqueles que tiveram Covid-19 são considerados inaptos por um período de 30 dias após recuperação clínica completa. Candidatos que tiveram contato direto (domiciliar ou profissional) com casos suspeitos ou confirmados de contaminação pelo novo coronavírus devem aguardar 14 dias após o último dia de contato.

Profissionais da saúde que trabalham diretamente com pacientes portadores de Covid-19 precisam esperar 14 dias após o último dia de contato para doar sangue.

E os voluntários que foram vacinados contra Covid-19 só podem doar nas seguintes situações: 48 horas após cada dose da vacina Coronavac (Sinovac/Butantan); sete dias após cada dose da vacina Oxford (AstraZeneca/Fiocruz); e sete dias após cada dose da vacina da Pfizer (BioNTech).

Entre os principais requisitos que impedem de forma definitiva a doação de sangue, estão ter passado por um quadro de hepatite após os 11 anos de idade e ter evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: hepatites B e C, aids (HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e doença de chagas.

Usuários de drogas ilícitas injetáveis também estão definitivamente impedidos de doarem sangue.

Cientes dos requisitos que possibilitam ou impedem a doação de sangue, os voluntários podem procurar as unidades de coleta de sangue, como os hemocentros, para checar se estão ou não aptos.

O Ministério da Saúde disponibiliza uma lista com hemocentros do Brasil (https://bit.ly/34abto1). Além disso, por meio da Ferramenta de Doação de Sangue do Facebook (https://bit.ly/3wlDG7v), as pessoas cadastradas recebem notificação no próprio aplicativo sobre onde devem fazer a doação. A iniciativa tem vínculo com hemocentros públicos e privados de todas as regiões do País.