Descubra a importância da relação terapêutica na Terapia do Esquema

A relação terapêutica na Terapia do Esquema é de fundamental importância em todo tratamento. Conforme o criador da TE, o psicoterapeuta norte-americano Jeffrey Young, tal conexão é vital para a avaliação e a mudança de esquemas desadaptativos, pois é a partir dela que o paciente expressará ao terapeuta quem é no mundo, como se percebe, como percebe as outras pessoas, como pensa, sente, age e como se relaciona.

Assim como ocorre em outras abordagens em psicoterapia, no primeiro momento, o terapeuta se foca em estabelecer sintonia com o paciente, em promover um espaço seguro, receptivo, de acolhimento, sem julgamentos.

Tudo isso para que o indivíduo se sinta à vontade para trazer suas questões, dificuldades e dilemas, se vinculando progressivamente com o profissional de saúde e se comprometendo de fato com o tratamento.

Já na fase de avaliação, a relação terapêutica na Terapia do Esquema se mostra como ferramenta poderosa para reconhecimento de esquemas emocionais ativados do paciente, agregando informações vitais ao processo avaliativo, que também inclui técnicas estruturadas, tais como questionários, estilos parentais, estilos de enfrentamento e imagens mentais.

Ao longo dessa etapa, o terapeuta foca-se em identificar os esquemas ativados do paciente a partir do que ele traz para as sessões. Também é o momento de identificar os estilos de enfrentamento que o indivíduo vem colocando em prática até o momento, quais necessidades emocionais não foram supridas e os impactos na sua vida atual.

Sendo assim, a relação terapêutica na Terapia do Esquema servirá como espaço de reparação parental limitada, oferecendo as necessidades emocionais básicas de forma limitada ao paciente. Será, ainda, um espaço experimental de aprendizado de novas estratégias de enfrentamento, mais saudáveis e adaptativas.

Young também afirma que os terapeutas do esquema são pessoais, em vez de distantes, na maneira de se relacionarem com os pacientes. Dessa forma, tentam não parecer perfeitos, nem conhecedores de algo que ocultam do paciente.

E deixam que suas personalidades naturais transpareçam, compartilham respostas emocionais que acreditam ter um efeito positivo sobre o paciente, se expõem quando isso auxilia o indivíduo e buscam uma postura de objetividade e compaixão.

Na Terapia do Esquema, portanto, o terapeuta utiliza suas emoções, seus esquemas e suas vivências a favor do processo do paciente, ou seja, se mostra espontaneamente como ele é de fato.

Da mesma maneira, estimula o paciente a falar como se sente na relação terapêutica, bem como a fornecer feedbacks a respeito do terapeuta. Trata-se de uma estratégia para auxiliar o indivíduo na sua autopercepção e na comunicação de suas necessidades emocionais e vulnerabilidades.

A relação terapêutica na Terapia do Esquema é também espaço para o exercício da empatia, da escuta ativa e da compaixão por parte do terapeuta. De forma que o profissional reconheça o que de fato o paciente necessita e entenda a situação a partir do ponto de vista dele.

O terapeuta utiliza a técnica do confronto empático para provocar o paciente a acessar seus esquemas desadaptativos e a entender seu funcionamento, o estimulando a encontrar formas alternativas e mais adaptativas frente às suas necessidades e seus desafios.

A relação terapêutica na Terapia do Esquema utiliza-se, ainda, da autorrevelação para o aprofundamento da reflexão do paciente, quebrando, assim, o mito do terapeuta como sujeito detentor de um saber diferenciado.

Dessa forma, são articulados no setting terapêutico os esquemas, as emoções e as experiências como ferramentas na ampliação do repertório emocional e comportamental do paciente, contribuindo para que ele encontre em si mesmo, fortaleça e promova seus aspectos saudáveis.

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