Tarefas terapêuticas: o que fazer quando o paciente resiste - Sinopsys Editora
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Tarefas terapêuticas: o que fazer quando o paciente resiste

Tarefas terapêuticas: o que fazer quando o paciente resiste

22 de Junho de 2021

O cumprimento das tarefas terapêuticas ou tarefas de casa é fundamental para que o tratamento psicoterapêutico seja efetivo. Quando há resistência por parte do paciente, no entanto, a mudança almejada pode atrasar. Nesse caso, cabe ao terapeuta assumir sua parte da responsabilidade e derrubar os obstáculos impostos.

Embora, muitas vezes, as resistências sejam provocadas por intervenções pouco adequadas na etapa motivacional da psicoterapia, um grande número de terapeutas opta por atribuir toda a responsabilidade aos pacientes, citando passividade, obstinação ou boicote à terapia como causas.

No entanto assumir que o indivíduo não pode ser tratado em função das resistências que apresenta não é a maneira adequada de agir. O recomendável é refletir sobre o que pode tê-lo levado a assumir tais atitudes.

Quando há pacientes que não fazem as tarefas terapêuticas, o motivo pode ser o tipo de terapia ou o fato de que o exercício solicitado não seja apropriado às características da pessoa.

Nesse caso, é importante expor o problema em sessão, uma vez que a sinceridade e a genuinidade são especialmente relevantes para estabelecer um bom relacionamento terapêutico e encontrar soluções para as resistências que surgem.

ESTRATÉGIAS

O cumprimento das tarefas terapêuticas, inclusive as mais básicas, como a manutenção de um diário simples, é necessário para a análise funcional e a elaboração de um plano de tratamento, assim como para a intervenção terapêutica em si.

Por essa razão, é extremamente importante fazer com que o paciente traga suas anotações toda semana. Para alcançar tal objetivo, existem algumas estratégias que podem ser adotadas pelo terapeuta.

Uma delas é assumir que o indivíduo pode não ter entendido a explicação de como fazer suas tarefas de casa. O profissional pode não ter sido claro ou então pode ter utilizado uma linguagem inadequada. Portanto cabe a ele explicar novamente em que consiste o exercício.

Também é importante motivar e ressaltar o valor das tarefas terapêuticas. O terapeuta deve insistir e orientar que as anotações são úteis não só para ele, mas, também, para o próprio paciente e que descumpri-las vai contra os objetivos a serem alcançadas com o tratamento.

Ainda cabe ao profissional certificar-se de que a maneira de solicitar as tarefas terapêuticas seja apropriada. Em vez de ordenar que o paciente cumpra os exercícios e os traga na próxima sessão, é mais conveniente motivá-lo e enfatizar que o trabalho é mútuo e útil para ambos.

SUPORTE


Outra estratégia é verificar se o suporte e o material para executar as tarefas de casa são adequados. Os níveis educacionais e socioculturais dos pacientes podem ser muito diferentes. Embora seja normal pensar que lápis e papel são ferramentas que todos sabem usar, isso nem sempre é verdadeiro.

Também há pessoas que, por suas ocupações, não podem levar sempre consigo lápis e papel. Outras não são tão boas na arte de escrever, e as tarefas terapêuticas podem gerar ansiedade. Existem, ainda, as totalmente esquecidas.

Por todos esses motivos, cabe ao terapeuta oferecer outras opções, como sugerir que os apontamentos solicitados sejam gravados no celular com o uso de aplicativos. Tais recursos ajudam o profissional a ultrapassar a barreira dos registros incompletos que impedem uma avalição mais aprofundada.

A ajuda externa é mais uma estratégia para incentivar o cumprimento das tarefas terapêuticas. Um exemplo é enviar mensagem de texto no meio da semana como lembrete ao paciente.

ÚLTIMO RECURSO


No caso de qualquer uma dessas estratégias não funcionar e de parecer não haver uma questão de peso que impeça o cumprimento das tarefas de casa, o último recurso é o terapeuta informar que a terapia só poderá continuar se os exercícios forem feitos.

A ideia de condicionar a psicoterapia consiste em ligar para o paciente no dia anterior à consulta e questionar se a tarefa terapêutica foi concluída. Se a resposta for negativa, a sessão do dia seguinte será cancelada e assim por diante.

Esse deve ser realmente o último recurso a se considerar. Afinal, embora as tarefas de casa sejam essenciais para a prática clínica, vários pacientes não podem postergar o tratamento devido à natureza de seus transtornos mentais.

Nesses casos, se existe a possibilidade de alterar os tipos de tarefas terapêuticas ou eliminá-las e de se encontrar outros meios para atingir os objetivos terapêuticos, esta é alternativa mais recomendada.
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Tags

Tarefas Terapêuticas, Tarefas de Casa, Psicoterapia, Plano de Tratamento, Automonitoramento, Psicoeducação

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