Bullying: estratégias de prevenção e intervenção

Atualmente, acredita-se que as estratégias de prevenção e intervenção contra o bullying devem ser desenvolvidas de forma global, com programas que promovam uma comunicação regular entre crianças, adolescentes, pais, professores e profissionais da saúde.

Além disso, é importante desenvolver e estimular as estratégias cognitivas a partir de um adequado conhecimento dos processos de pensamento das interações entre agressores e vítimas de bullying.

As ações de prevenção e intervenção contra o bullying devem abranger diferentes níveis (aluno, família, escola) e várias possibilidades, criando ambientes cooperativos e estabelecendo as necessidades básicas da garotada a fim de promover laços de amizades positivos, os quais servirão de modelo não agressivo de resolução de conflitos.

Portanto, na medida em que o bullying passa a ser encarado como um fenômeno grupal, as estratégias de prevenção e intervenção devem levar em consideração o tipo de agressão que se pretende prevenir ou erradicar uma vez que a violência pode se manifestar sob diferentes formas — física, verbal e indireta.

Existe uma variedade de estratégias de prevenção e intervenção contra o bullying, entre elas, programas de enfrentamento, apoio psicológico às vítimas e aos agressores, reforço positivo de condutas pró-sociais e punição para condutas negativas e atividades com professores para manter um ambiente escolar positivo.

As medidas que têm se mostrado mais eficientes para combater a violência escolar são aquelas que se concentram na própria escola, como, por exemplo, a mudança das técnicas usadas em classe por meio de treinamento de professores, promoção da conscientização dos direitos infantojuvenis e estabelecimento de normas claras referentes ao comportamento na escola.

As crianças e os adolescentes necessitam de pessoas disponíveis e preparadas para auxiliá-los nos problemas enfrentados na escola e estão motivados a se adaptarem ao contexto escolar. Por isso, o compromisso e amparo ativo por parte dos adultos, principalmente dos professores e dos pais ou outros responsáveis, é crucial e exige treinamento frequente.

Os cuidadores inclusive devem ser estimulados a denunciarem ou incentivarem que os filhos façam a denúncia aos responsáveis da escola. E tanto as vítimas quanto os agressores devem ser encaminhados ao auxílio pedagógico, bem como ao tratamento psicológico e psiquiátrico se necessário.

O livro “Bullying: avaliação e intervenção em terapia cognitivo-comportamental”, publicado pela Sinopsys Editora e organizado pelos psicólogos Vinícius Guimarães Dornelles e Cristina Würdig Sayago, é dividido em dois eixos centrais.

O primeiro versa sobre o bullying e as variáveis relacionadas, promovendo uma ampla investigação sobre o que é o fenômeno, as formas diferentes que assume, os papéis envolvidos, variáveis biológicas e genéticas da agressividade e da competitividade, as principais consequências e as psicopatologias associadas.

Já o segundo eixo aborda questões relacionadas à intervenção dentro da abordagem cognitivo-comportamental, tratando de temas como avaliação de crianças e adolescentes em situação de bullying, intervenção clínica em crianças e adolescentes envolvidos e aplicação de intervenções preventivas em escolas.