Novo método ajuda a identificar os agentes responsáveis pela depressão
02 de Janeiro de 2018
De acordo com um novo estudo publicado em Psiquiatria Biológica: Neurociência Cognitiva e Neuroimagems, pessoas com transtorno depressivo têm alterações na atividade e conectividade dos sistemas cerebrais subjacentes a recompensa e memória. Os resultados fornecem pistas sobre quais regiões do cérebro podem estar na raiz dos sintomas, como a redução da felicidade e do prazer, na depressão.
Como o primeiro de seu tipo, o novo estudo do Prof. Edmund Rolls, o Prof. Jianfeng Feng, o Dr. Wei Cheng e colegas da Universidade de Warwick, no Reino Unido, utilizam uma nova abordagem para medir a influência de uma região do cérebro em outra, referido como conectividade efetiva, na depressão. A abordagem ultrapassa as limitações de estudos prévios de imagens cerebrais, que mostram se - mas não como - a atividade de diferentes regiões cerebrais está relacionada. "O novo método permite que o efeito de uma região do cérebro em outro seja medido na depressão, a fim de descobrir mais sobre quais sistemas cerebrais fazem contribuições causais para a depressão", disse o Prof. Rolls.
"Isso representa um novo e emocionante avanço metodológico no desenvolvimento de biomarcadores diagnósticos e a identificação de circuitos cerebrais críticos para intervenções direcionadas para depressão", disse o Dr. Cameron Carter, editor da Psiquiatria Biológica: Neurociência Cognitiva e Neuroimagem.
Rolls e colegas compararam 336 pessoas com transtorno
depressivo a 350 controles saudáveis. As regiões cerebrais envolvidas em
recompensa e prazer subjetivo receberam menos movimentação (ou redução de
conectividade efetiva) em pacientes, o que pode contribuir para a diminuição do
sentimento de felicidade na depressão.
Além disso, as regiões cerebrais envolvidas na punição e nas
respostas quando uma recompensa não é recebida diminuíram a conectividade
efetiva e aumentaram a atividade, fornecendo evidências da origem da tristeza
que ocorre na desordem.
As áreas relacionadas a memória do cérebro tiveram maior
atividade e conectividade em pessoas com depressão, o que os autores sugerem,
podem estar relacionadas ao maior processamento de memória, possivelmente de
memórias desagradáveis, na depressão.
"Essas descobertas fazem parte de uma abordagem
concertada para entender melhor os mecanismos cerebrais relacionados à
depressão e, assim, levar a novas formas de compreensão e tratamento da
depressão", disse o Prof. Rolls.
Referência:
Edmund T. Rolls, Wei Cheng, Matthieu Gilson, Jiang Qiu,
Zicheng Hu, Hongtao Ruan, Yu Li, Chu-Chung Huang, Albert C. Yang, Shih-Jen
Tsai, Xiaodong Zhang, Kaixiang Zhuang, Ching-Po Lin, Gustavo Deco, Peng Xie,
Jianfeng Feng. Effective Connectivity in Depression. Biological Psychiatry:
Cognitive Neuroscience and Neuroimaging, 2017 < Disponível em: https://www.sciencedaily.com/releases/2017/12/171206122522.htm
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