Saiba mais sobre a prática das intervenções psicoterápicas - Sinopsys Editora
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Saiba mais sobre a prática das intervenções psicoterápicas

21 de Junho de 2019

Hoje nós queremos conversar um pouco com você sobre a prática das intervenções psicoterápicas. Sobre esse assunto, o psicólogo Wilson Vieira Melo lembra que "todo tratamento psicológico envolve a dialética de tentar aceitar aquilo que se é juntamente com o esforço de mudar aquilo que se é" (MELO, 2019, p. 32) e que essa ambivalência é uma variável que faz parte do processo em que uma pessoa pede ajuda a outra, que se dispõe a ajudar. Essa relação terapêutica é, "nas palavras de Marsha M. Linehan, [...] uma relação íntima, onde uma das partes se despe e a outra permanece vestida". (idem).

Em artigo publicado no livro "A prática das intervenções psicoterápicas", Ricardo Wainer comenta que definir psicoterapias é uma tarefa complexa, pois conta com variáveis difíceis de serem explanadas. Por isso, ele considera essencial, ao invés de comentar o que é, falar o sentido oposto, ou seja, o que não é: afinal, vê-se que muitas vezes há uma simplificação exagerada do conceito.

O que não é psicoterapia?

  1. conversar com o taxista, a cabeleireira ou uma pessoa próxima pode fazer a pessoa se sentir muito melhor, mas eles não são psicoterapeutas;
  2. tratamentos farmacológicos, eletrofisiológicos, magnéticos e/ou cirúrgicos que atuem no sistema nervoso podem ter consequências comprovadas sobre aspectos do sofrimento psíquico, mas não são psicoterápicos;
  3. rezas e massagens/manipulações com foco em reduzir desconfortos e/ou aumentar o bem-estar das pessoas podem ter efeito terapêutico, mas não são práticas psicoterápicas.

"Não basta para ser psicoterapeuta querer fazer o bem ao próximo e/ou ter sensibilidade ao sofrimento alheio. É necessário muito treinamento em diferentes campos teóricos e em inúmeras habilidades técnicas, assim como há a obrigatoriedade de um distanciamento pessoal (neutralidade científica) para que a relação se mantenha no nível profissional." (Ricardo Wainer)

Percebe-se, então, o que "separa o psicoterápico do terapêutico: o embasamento em estudos científicos" (WAINER, 2019, p. 34). Uma boa conversa pode ter efeitos terapêuticos, mas ela usa apenas uma pequena parte do arsenal de recursos que um psicoterapeuta tem à mão para atingir os objetivos terapêuticos acordados com seu paciente.

 

O que é psicoterapia?

Independente das correntes teóricas associadas a cada modelo, entendemos que a psicoterapia parte da relação de ajuda assimétrica entre uma pessoa (ou família, ou casal ou grupo) que busca o auxílio de um profissional cientificamente qualificado e autorizado para tanto e acontece dentro de um contrato profissional cujos termos foram aceitos por ambos.

As variadas psicoterapias contam com quatro constituintes fundamentais, segundo pesquisadores como (Bergin & Garfield (1994) e Gabbard, Beck, & Holmes (2007). São eles:

  • O cliente/paciente.
  • O psicoterapeuta.
  • A relação terapêutica.
  • O processo terapêutico.

A efetivação de uma prática psicoterápica depende da presença de todos estes elementos, que precisam também interagir de forma recíproca entre eles.

Quer conhecer melhor o papel de cada um dos constituintes fundamentais da psicoterapia? Eles foram detalhados por Ricardo Wainer no artigo "O Que é Psicoterapia?" e que faz parte do livro A prática das intervenções psicoterápicas: como tratar pacientes na vida real", organizado por Wilson Vieira Melo e publicado pela Sinopsys Editora.

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Tags

Intervenções psicoterápicas, Psicologia, Psicoterapia, Wilson Vieira Melo

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