Será que temos como treinar nosso cérebro para preferir alimentos saudáveis?
27 de Novembro de 2014
Um estudo feito pelo centro de pesquisa Jean Mayer, da Tufts University, dos EUA, sugere que pode ser possível treinar o cérebro a preferir alimentos saudáveis de baixa caloria. Segundo observações de tomografia cerebral em homens e mulheres adultos, nota-se que é possível reverter o poder viciante de alimentos pouco saudáveis e ao mesmo tempo aumentar a preferência por alimentos saudáveis.
Os cientistas suspeitavam que, uma vez que circuitos de dependências alimentares não saudáveis são estabelecidos, eles podem ser difíceis ou impossíveis de reverter, sujeitando as pessoas que ganharam peso a uma vida inteira de compulsões alimentares pouco saudáveis e tentações. Para descobrir se o cérebro pode ser treinado novamente para apoiar escolhas alimentares saudáveis, Susan B. Roberts, professora de Ciência da Nutrição e de Psiquiatria, estudou junto com colegas o sistema de recompensa em treze homens e mulheres com sobrepeso. Destes, oito eram participantes de um novo programa de perda de peso projetado por pesquisadores da Universidade Tufts. Cinco pessoas não incluídas no programa integraram o grupo de controle.
Ambos os grupos foram submetidos a ressonância magnética (MRI) do cérebro no início e no final de um período de seis meses. Entre os que participaram do programa de perda de peso, as varreduras do cérebro revelaram alterações em áreas do centro de recompensa do cérebro associado ao aprendizado e dependência. Depois de seis meses, essa área aumentou a sensibilidade para alimentos saudáveis, de baixa caloria, o que indica um aumento da recompensa e prazer de opções alimentares mais saudáveis. A área também mostrou diminuição da sensibilidade aos alimentos não saudáveis com muitas calorias. "O programa de perda de peso é projetado especificamente para mudar a forma como as pessoas reagem a diferentes alimentos, e nosso estudo mostra que quem participou teve um aumento do desejo por alimentos mais saudáveis, assim como a preferência diminuiu para alimentos não saudáveis", disse o coautor Sai Krupa Das.
Os autores sugerem que várias características do programa de perda de peso foram importantes, incluindo a educação cognitiva para mudança de comportamento e planos de menu. "Mostramos que é possível mudar as preferências de alimentos pouco saudáveis para alimentos saudáveis, sem cirurgia, e que a ressonância magnética é uma técnica importante para explorar o papel do cérebro em tendências alimentares", conclui o psicólogo Thilo Deckersbach, do Massachusetts General Hospital, autor principal do estudo.
FONTE: Tufts University. (2014, September 1). Training your brain to prefer healthy foods. ScienceDaily. Retrieved September 4, 2014 from http://www.sciencedaily.com/releases/2014/09/140901123455.htm