Vínculo seguro e seus reflexos no desenvolvimento infantil
10 de Junho de 2025
As pessoas nascem pré-programadas para a conexão, o vínculo e o apego. Por meio deles, se regulam emocionalmente, sentem-se amparadas, seguras e amadas. Os pais/responsáveis são os laços mais significativos para os filhos durante a infância, impactando da forma mais profunda as relações que serão construídas ao longo da vida.
Nos primeiros anos de vida, as crianças que não recebem vínculos seguros de suas famílias costumam experienciar um intenso sentimento de solidão oriundo do desamparo, uma das coisas mais dolorosas para o ser humano.
A insegurança também exerce impactos físicos e emocionais significativos durante a infância. Crianças que não são protegidas e sofrem algum tipo de abuso carregam marcas profundas ao longo da vida e geralmente formam o esquema de desconfiança.
Autovalor
Outro prejuízo significativo do ponto de vista emocional e que perpassa os vínculos seguros diz respeito ao senso de autovalor, uma vez que a avaliação dos pais a respeito do valor da criança é uma importante referência para a vida dela.
É como se o valor que os pais dão aos filhos na infância fosse sua referência de autovalor ao longo da vida. Muitos cuidadores, ao usarem termos depreciativos e xingamentos para se referirem aos pequenos, condicionam o amor à ausência de “defeitos”, o que é humanamente impossível.
Crianças tratadas de formas depreciativas, ridicularizadas por seus pais em situações em que não agiram conforme eles esperavam ou que cometeram erros, podem acabar passando a acreditar que são defectivas e vergonhosas.
Vida social
Por fim, vínculos seguros também pressupõem inserir os filhos na vida social, entendendo que, como seres sociais, precisam dessa interação como um importante critério de saúde mental.
Muitas crianças experienciam o sentimento de que são diferentes dos outros, de que não conseguem se encaixar em grupos e formar relações mais próximas e seguras emocionalmente com as pessoas.
Isso pode ser oriundo de várias questões, mas algumas bastante comuns são: mudanças constantes de lugares (fazendo a criança mudar constantemente seus vínculos) e características da família ou da criança que não são bem conduzidas no sentido de inclusão, gerando o sentimento de inadequação, que, muitas vezes, leva ao isolamento social.
Leitura
Existem seis grandes atitudes parentais fundamentais para atender à necessidade de vínculos seguros na vida das crianças: ser presente emocionalmente; lidar com estabilidade emocional com suas demandas; oferecer proteção; falar sobre os sentimentos; ensinar que erros são normais; e não as isolar.
Para ser lido todas as noites em família, o livro Como foi meu dia? Histórias para contarmos todas as noites possibilita uma nova história a cada leitura a partir dos acontecimentos diários envolvendo a criança e quem estiver lendo com ela.
Interativo, contribui para fortalecer os laços afetivos e transformar a hora de deitar em uma experiência agradável, ajudando os pequenos a explorarem pensamentos, emoções e comportamentos de forma leve e divertida.
Mais do que estimular o diálogo e compreender como foi o dia dos filhos, os pais/responsáveis podem compartilhar as próprias experiências, mostrando que todos têm suas atividades e enfrentam desafios no cotidiano.
Ao mesmo tempo que promove momentos de atenção e afeto, fortalecendo os laços familiares, inclui estratégias de relaxamento que ajudam a lidar com desafios da hora de deitar, como medo do escuro e resistência a dormir sozinho no quarto.
De autoria da psicóloga Natassia Moro e publicada pela Sinopsys Editora, a obra é direcionada aos usos familiar e clínico com a faixa etária de 4 a 11 anos.