A gordura corporal altera resposta ao estresse. - Sinopsys Editora
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A gordura corporal altera resposta ao estresse

01 de Dezembro de 2015

O efeito do cérebro em outras partes do corpo já foi bem comprovado. Agora, um grupo que inclui dois pesquisadores de saúde da Universidade da Flórida descobriu que é uma via de mão dupla: a gordura corporal pode mandar um sinal que afeta o modo como o cérebro lida com estresse e o metabolismo.

Embora a natureza exata desses sinais permaneça um mistério, os pesquisadores dizem que simplesmente conhecer tal caminho e aprender mais já ajuda a quebrar um ciclo vicioso: o estresse provoca um desejo de comer mais, o que pode levar à obesidade. Muita gordura extra pode também prejudicar a capacidade do corpo de enviar um sinal para o cérebro, que desliga a resposta ao estresse.

Os resultados são importantes e únicos, porque mostram que não é simplesmente o cérebro que comanda a forma como o corpo responde ao estresse, disse James Herman, Ph.D., coautor do estudo e professor no departamento de psiquiatria e neurociência comportamental da Universidade de Cincinnati. "Isso muda a nossa compreensão do controle do estresse para incluir outras partes do corpo. Antes, todos pensavam que o regulamento de estresse estava quase que totalmente focado no cérebro. Não é apenas no cérebro. Este estudo sugere que a regulação do estresse ocorre em uma escala muito maior, incluindo os sistemas do corpo que controlam o metabolismo, como a gordura", disse Herman.

Os resultados, que revelam uma rede de feedback gordura-cérebro, foram publicados na edição de junho da revista Psychoneuroendocrinology. Os pesquisadores descobriram que um receptor glicocorticoide no tecido adiposo pode afetar a maneira como o cérebro controla o estresse e o metabolismo. Inicialmente, esses sinais do receptor podem ser salva-vidas, direcionando o cérebro para regular o seu balanço de energia e influenciar as respostas ao estresse de uma forma benéfica. "A resposta ao estresse a curto prazo é adaptável. Vai ajudá-lo a lidar com o estresse", disse Eric Krause, Ph.D., professor assistente do departamento de farmacodinâmica do Colégio de Farmácia da Universidade da Flórida e um dos autores.

Os pesquisadores descobriram que os hormônios esteroides conhecidos como glicocorticoides ativam seus receptores no tecido de gordura de uma maneira que afeta um componente principal da resposta ao estresse metabólico. Usando modelos de ratos, encontraram uma ligação única entre a sinalização glicocorticoide no tecido adiposo e a regulação do cérebro no balanço energético e na resposta ao estresse. A sinalização glicocorticoide é crucial para a regulação do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renais; sendo assim, o tecido adiposo pode afetar diretamente as funções do sistema nervoso central que apontam a obesidade, a doença metabólica e problemas relacionados ao estresse, concluíram os pesquisadores.

Compreender esta sinalização é um primeiro passo para um dia influenciar a ampla e complexa relação entre o estresse, a obesidade e o metabolismo. Agora que os pesquisadores estabeleceram que uma via de sinalização entre a gordura e o cérebro existe, uma compreensão mais completa de como este processo funciona poderia um dia levar a drogas ou outras terapias que afastam os efeitos negativos do estresse de longo prazo.
"A grande questão é a natureza desse sinal para o cérebro. Precisamos aprender a intervir e quebrar esse ciclo de estresse, comer e ganhar peso", disse Herman.

FONTE: Universidade da Flórida. (2015, 23 de julho). Body fat can send signals to brain, affecting stress response. Science Daily. Acessado 27 de julho de 2015 a partir de www.sciencedaily.com/releases/2015/07/150723111359.htm

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Tags

Gordura corporal, Estresse, Controle do estresse, Terapia Cognitivo-Comportamental

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