As respostas criativas vêm de onde?

Comumente acredita-se que a criatividade é um processo que envolve conectar ideias e aprimorar o passado para criar algo novo. Mas é melhor "pensar fora da caixa", utilizando conceitos independentes para deixar a criatividade fluir, ou construir algo mais estreitamente relacionado com o problema que se está tentando resolver?

Em um artigo publicado recentemente em Estudos de Projeto, Joel Chan, egresso da Universidade de Pittsburgh, e seu mentor Christian Schunn, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Aprendizagem de Pittsburg, recolheram provas de que maior proximidade com o estímulo favorece a criatividade.

"Para as pessoas que precisam de inspiração fresca para um problema, estes resultados implicam que você não deve apenas sair e conversar com pessoas aleatórias ou ler coisas totalmente independentes do seu problema", diz Chan, o principal autor, que completou seu PhD em Pittsburgh este verão e agora faz pós-doutorado no Instituto de Interação Humano-Computador da Universidade Carnegie Mellon. "Estes podem produzir novas ideias, mas não necessariamente... ideias úteis e inovadoras."

Chan e Schunn, professor de psicologia e pesquisador sênior do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Aprendizagem de Pittsburg, coletaram dados através do OpenIDEO, uma plataforma de inovação na web destinada a ajudar as pessoas a lidar com uma ampla gama de problemas sociais e ambientais, como as violações dos direitos humanos e a necessidade de aumentar o emprego para a juventude.

A equipe começou a coletar dados da "fase de inspiração" do OpenIDEO, durante a qual os indivíduos postaram descrições de soluções para problemas semelhantes aos postulados por pessoas em busca de novas soluções. Na sequência da "fase de inspiração", contribuintes publicaram soluções mais concretas, cada vez mais detalhadas para o problema específico em mãos. Em seguida, os especialistas do OpenIDEO criaram uma lista do que viram ser soluções viáveis e criativas para o problema. O processo levou até 10 semanas. Outros estudos similares, diz Chan, olham para o processo criativo ao longo de um período muito curto de tempo. Além disso, acrescenta, "em nosso estudo, tivemos mais de 350 participantes e milhares de ideias. Estudos em Criatividade normalmente conseguem observar muitos participantes resolvendo problemas com `brinquedos’ ou então observam poucos participantes na resolução de problemas reais. Em nosso estudo tivemos ambos, dando maior força para nossas conclusões".

A equipe coletou seus dados na conclusão do processo do OpenIDEO. Os pesquisadores, então, usaram um algoritmo para determinar se uma ideia estava próxima ou longe do problema postado. Este algoritmo foi testado pela primeira vez em comparação com avaliações humanas e provou ser muito bom em determinar a proximidade da ideia. Em seguida, os resultados do modelo provaram ser capazes de predizer a lista. 

"No lugar de ver um efeito maior das inspirações mais distantes", diz Chan, "eu vi que ideias construídas a partir de ideias mais próximas ao problema tendiam a ser selecionadas com mais frequência. E eu vi o mesmo padrão ao longo de 12 problemas bem diferentes - da prevenção de violações de direitos humanos ao desenvolvimento de maior sociabilidade em comunidades urbanas, ou melhorando perspectivas de emprego para jovens".

Em resumo, Chan diz: "Minha teoria geral é a de que ideias criativas vêm mais frequentemente do acúmulo de pequenas percepções, esticando os limites um pouco de cada vez."

FONTE: Universidade de Pittsburgh. (2014, 4 de novembro). Where`d you get that great idea? ScienceDaily . Acessado 18 de maio de 2015 a partir de www.sciencedaily.com/releases/2014/11/141104141916.htm