Bebês expostos a analgésicos narcóticos são propensos a experimentar síndrome de abstinência - Sinopsys Editora
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Bebês expostos a analgésicos narcóticos são propensos a experimentar síndrome de abstinência

18 de Maio de 2015

A Síndrome de Abstinência Neonatal (NAS), uma síndrome de abstinência de drogas em crianças após o nascimento, tem sido historicamente associada ao uso de drogas ilícitas entre mulheres grávidas. Mas um estudo realizado por uma equipe da Vanderbilt University Medical Center mostra que mulheres grávidas comumente recebem prescrição de opioides - analgésicos narcóticos como a hidrocodona - que possuem maior probabilidade de causar NAS. Além disso, o estudo constatou que o tipo de opioide e a duração da exposição combinados com o uso do tabaco ou mesmo o uso de inibidor seletivo de recaptação da serotonina (para o tratamento de depressão e ansiedade) aumentam os riscos para a NAS.
O estudo Epidemia de opioides de prescrição e consequências infantis observou três anos de dados do TennCare, programa de assistência médica do Tennessee, nos EUA, e analisou os registros de 112.029 mulheres grávidas. Cerca de 28 por cento das mulheres, 31.354, tiveram prescrição de pelo menos um analgésico opioide. Dos bebês com NAS, 65 por cento tinham mães com prescrições legais com número elevado de analgésicos opiáceos. Os resultados foram publicados em 13 de abril na revista Pediatrics.
"Nós descobrimos que os bebês expostos aos inibidores de dor opioides eram mais propensos a nascer prematuros, possuir complicações no nascimento, baixo peso ao nascer ou outras adversidades, como a síndrome de aspiração meconial (um sinal de sofrimento da criança ao nascer) e desconforto respiratório", disse o principal autor, Stephen Patrick, professor assistente de Pediatria e Políticas de Saúde da Divisão de Neonatologia do Hospital da Criança Monroe Carell Jr., em Vanderbilt.
"Nem todos os bebês expostos a opioides têm a droga retirada após o nascimento, por razões que não são totalmente claras. Nosso estudo descobriu que várias questões aumentam o risco para a criança, incluindo o período de uso de opioides, o tipo de prescrição de opioides, quantos cigarros por mulher foram consumidos e se ocorreu uso de um medicamento antidepressivo comum chamado inibidor seletivo da recaptação da serotonina."
O estudo mostra que, em comparação com as mulheres sem exposição a opioides, as mulheres grávidas que tomaram analgésicos opiáceos eram principalmente brancas, com ansiedade ou depressão, sofrendo de dor de cabeça ou enxaqueca e com doença osteomuscular. A maioria dos opioides prescritos para as mulheres, 96 por cento, foi prescrita na modalidade de ação curta, enquanto que 2 por cento receberam doses de manutenção e menos de 1 por cento receberam opioides de longa duração.
"Historicamente, síndrome de abstinência para recém-nascidos tem sido descrita entre casos de uso de drogas ilícitas como a heroína, ou mesmo entre mulheres tratadas por abuso de opiáceos anteriormente, mas este é realmente um dos primeiros estudos a olhar para as prescrições legais entre as mulheres grávidas. E chama a atenção para o que está acontecendo", disse Patrick.
A quantidade de prescrições para o uso de drogas opioides quadruplicou. Em 2012, estima-se que 259 milhões de prescrições foram escritas para analgésicos opiáceos nos Estados Unidos. Isso é o suficiente para uma receita para todos os adultos dos EUA, disse Patrick.
O impacto financeiro é substancial. Na população, cada dólar gasto em analgésicos opiáceos de curta duração correspondeu a 50 dólares no tratamento de recém-nascidos com síndrome de abstinência. Despesas nacionais de saúde para o tratamento de bebês com NAS são estimadas em cerca de 720 milhões de dólares por ano, de acordo com o trabalho anteriormente realizado pelos mesmos pesquisadores.
O Estado do Tennessee começou a tomar medidas contra a prescrição excessiva e compras médicas para os opioides em 2006, quando foi criada uma base de dados para monitorar a prescrição, embora fosse um recurso opcional. O Estado reforçou as leis em 2013, exigindo que provedores e farmacêuticos usem o sistema. Atualmente, 49 Estados têm programas de monitoramento de medicamentos similares. O Missouri é o único Estado norte-americano sem um.
"Todos nós esperamos que o estudo atraia a atenção do governo e dos legisladores federais para o fato de que a epidemia de prescrição de opioides está tendo um impacto tangível tanto sobre as mães quanto as crianças", disse Patrick.
Vanderbilt University Medical Center. (2015, April 13). Babies exposed to narcotic pain relievers more likely to experience withdrawal. ScienceDaily. Retrieved April 13, 2015 from http://www.sciencedaily.com/releases/2015/04/150413130816.htm
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Crianças, Adolescentes, Bebês, Analgésicos, Abstinência, Terapia cognitivo-Comportamental

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