Como fica a psicoterapia no período de férias? - Sinopsys Editora
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Como fica a psicoterapia no período de férias?

Como fica a psicoterapia no período de férias?

18 de Janeiro de 2024

O período de férias pode até ser um aliado do engajamento dos pacientes na psicoterapia, pois a pausa para o descanso é revigorante. Afinal, falar sobre os próprios problemas quase nunca é uma tarefa fácil e, por isso, relaxar é necessário.

Por outro lado, sempre existe a preocupação de que o distanciamento no período de férias possa significar perdas de ganhos conquistados ao longo do processo terapêutico. No trabalho com crianças e adolescentes, por exemplo, a ruptura abrupta tem maiores chances de trazer prejuízos inclusive ao vínculo com o psicólogo.


Planejamento e organização


No entanto, há maneiras de manter os resultados obtidos na psicoterapia mesmo no período de férias, o que demanda planejamento e organização da parte dos profissionais da saúde mental.

Um importante passo nesse sentido é entender em que momento da terapia os seus pacientes estão, o que engloba revisitar com frequência o objetivo inicial para saber o que já foi conquistado. Dessa forma, fica mais fácil definir metas e planejar os próximos passos.

Também é fundamental, durante todo o processo terapêutico, ter metas para que os pacientes se mantenham engajados. Quanto mais eles souberem sobre os ganhos que terão com a manutenção das atividades, mais engajados estarão e também disponíveis para manter os resultados e voltar das férias prontos para darem continuidade às metas seguintes.


Tarefas terapêuticas


Algumas combinações com o psicólogo podem deixar as férias dos pacientes até mais legais, afinal a terapia não é apenas quando se está no consultório, mas na vida cotidiana. Tais tarefas terapêuticas, no entanto, devem ser adaptadas ao contexto.

Quando forem pacientes infantojuvenis, por exemplo, uma viagem com toda a família para um hotel na praia é diferente de visitar a casa dos avós no interior. A ideia é que as tarefas terapêuticas preparadas para as férias consigam ser facilmente encaixadas no roteiro. Caso contrário, dificilmente serão cumpridas.


Tecnologia


E quando é o terapeuta que entra em férias, como ficam os pacientes? A tecnologia hoje permite que eles não se sintam abandonados, pois existem inúmeros aplicativos que auxiliam o psicólogo no seu monitoramento sem que tenha que carregar uma pilha de papéis sobre o andamento do tratamento de cada cliente.

No entanto, é importante que o profissional coloque um limite na comunicação, para não criar uma dependência que possa resultar em invasão de sua privacidade, capaz de trazer aborrecimentos no momento de lazer e descanso com familiares e amigos.

Se os pacientes têm liberdade consentida para entrarem em contato com o terapeuta por meio de smartphones, laptops ou tablets durante as férias do profissional, também precisam ter consciência de que somente devem acioná-lo em caso de emergência.

Caso não seja viável a comunicação durante as férias do terapeuta, ele deve avisar previamente os seus pacientes que, em caso de necessidade, determinado profissional estará incumbido de cuidar do caso se houver necessidade.


Contrato inicial


Também é importante que seja firmado, antes do início do atendimento, um contrato terapêutico entre o profissional liberal da área de psicologia e o paciente para proteger os direitos de ambos. No documento, devem ficar definidas inclusive questões referentes ao período de férias.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) recomenda que esse contrato seja feito por escrito, para que tenha validade legal, em comum acordo entre ambas as partes.

O documento deve englobar todas as questões que envolvem o tratamento, como modalidade de atendimento (presencial ou on-line), tipo de abordagem psicoterapêutica, duração e horário das sessões, faltas, férias, reagendamentos e pagamentos.

No que diz respeito às férias especificamente, é importante deixar claro no contrato terapêutico a previsão de dias que serão considerados recesso do profissional e do cliente.

Também é preciso que conste se as consultas serão ou não cobradas no período de férias do profissional, assim como no recesso dos pacientes.


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Quebra


Sobre uma possível quebra de contrato, cada paciente tem direito de finalizar o tratamento quando bem entender, mas o psicólogo precisa ficar sabendo dessa decisão.

Com isso em mente, é possível adicionar uma cláusula no contrato para proteger o profissional. Ela deve deixar estabelecido que, caso o cliente falte por um número específico de vezes seguidas sem avisar, o contrato será rescindido.

Se o paciente não responde e está devendo honorários, é importante se informar sobre como deve ser feita uma cobrança de dívida. Cobrando de maneira correta, o profissional tem mais chances de receber e não corre riscos de infringir o Código de Defesa do Consumidor.


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Tags

Psicoterapia, processo terapêutico, contrato terapêutico, férias, relacionamento terapêutico, engajamento, tarefas terapêuticas, vínculo terapêutico, distanciamento, saúde mental

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