Como lidar com pacientes que têm comportamento suicida? - Sinopsys Editora
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Como lidar com pacientes que têm comportamento suicida?

Como lidar com pacientes que têm comportamento suicida?

11 de Abril de 2024

A comunicação com empatia, responsabilidade e ética é a principal tarefa do terapeuta que trabalha com pacientes que têm comportamento suicida.


A cada 40 segundos, uma pessoa morre por suicídio no mundo conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Há, portanto, muitos indivíduos que depositam na morte a esperança de acabarem com a dor, o sofrimento e o desespero que experimentam em vida.


No entanto, o estigma que ainda envolve o tema – e consequentemente as famílias e as pessoas com comportamento suicida – provoca o silenciamento sobre o mesmo, o que dificulta as iniciativas de prevenção e o cuidado profissional adequado.


Diante disso, surgem diversos mitos em torno do comportamento suicida e do seu manejo clínico, sendo talvez o maior deles o de que não se deve falar com o paciente sobre o assunto para não incentivá-lo a tirar a própria vida.


Vínculo terapêutico


Muito pelo contrário, é um dever do terapeuta falar sobre suicídio, pois reconhecer e validar os sentimentos e as emoções do paciente são fatores que contribuem para a redução do sofrimento psíquico, para a consolidação do vínculo terapêutico e para uma avalição de risco fidedigna.


Para começar, lidar com pessoas que têm comportamento suicida envolve uma abordagem profissional sensível. Como se trata de um sinal de sofrimento emocional significativo, não deve ser ignorado ou minimizado, ou seja, todas as referências ou ameaças precisam ser levadas a sério e tratadas como uma emergência.


Outro ponto importante é estabelecer uma conexão empática, compreensiva e respeitosa em relação ao sofrimento do indivíduo. É preciso ouvi-lo atentamente, demonstrar interesse genuíno e disposição para ajudá-lo, além de evitar julgamentos.


Avaliação do risco


Também cabe ao psicoterapeuta fazer uma avaliação cuidadosa do risco de suicídio. Isso engloba perguntar ao paciente diretamente sobre seus pensamentos e planos suicidas e sobre fatores de risco adicionais, como histórico de tentativas anteriores, acesso a meios letais e falta de apoio social.


No caso de o indivíduo estar em iminente perigo para si mesmo, cabe ao profissional tomar medidas imediatas para garantir a segurança dele, o que pode envolver entrar em contato com serviços de emergência locais, como um centro de atendimento de crises.


A confidencialidade deve ser respeitada dentro dos limites estabelecidos pelo Código de Ética Profissional do Psicólogo. Portanto, em casos de risco de suicídio, o terapeuta deve acionar a rede de apoio do paciente e, com transparência, informá-lo a respeito.


Redes de apoio


Também cabe aos psicólogos que atendem pacientes com comportamento suicida explorarem suas redes de apoio – como familiares, amigos e/ou grupos de ajuda –, os ajudando a identificá-las e utilizá-las.


A participação em atividades que possam promover bem-estar emocional, como exercícios físicos e hobbies, também deve ser incentivada.


Para que os pacientes com comportamento suicida sintam-se mais seguros e capacitados, cabe ainda aos profissionais de saúde mental colaborarem com eles na criação de planos de segurança. Isso inclui estratégias para lidarem com crises, pessoas de contato de emergência e recursos disponíveis.


Outra medida é fazerem um acompanhamento frequente dos indivíduos para monitorar seu estado emocional, garantir a adesão ao tratamento e oferecer suporte contínuo.


Ferramenta


O ‘Baralho para avaliação e intervenção do comportamento suicida’ é uma ferramenta valiosa para instrumentalizar clínicos a identificarem o nível de risco do comportamento suicida e propor intervenções – com base na terapia cognitivo-comportamental (TCC) e na terapia comportamental dialética (DBT) – de acordo com a gravidade dos comportamentos apresentados pelos pacientes.


De autoria das psicólogas Vanessa Gomes Berteli e Roberta Borghetti Alves e publicado pela Sinopsys Editora, o recurso é direcionado a pacientes adolescentes a partir dos15 anos, adultos e idosos.


Possibilita adequar as intervenções ao nível de risco, permitindo uma abordagem personalizada que abrange desde o risco baixo até a necessidade de internação domiciliar.


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Tags

Suicídio, comportamento suicida, ideação suicida, pensamentos suicidas; prevenção, empatia, avaliação do risco de suicídio

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