Como prever quem vai sofrer mais com estresse.
15 de Janeiro de 2015
Mais de 23% dos canadenses afirmam estar estressados na maioria dos dias. Enquanto o estresse crônico aumenta o risco de falta de saúde física e mental, nem todos são afetados da mesma maneira. Alguns lidam bem, mas para os outros o estresse crônico pode ser prejudicial.
Felizmente, uma nova pesquisa da Universidade de Concordia encontrou uma maneira de identificar aqueles que são mais suscetíveis ao estresse. Isso é uma grande ajuda para os profissionais de saúde que trabalham para impedir o estresse antes que saia de controle.
A prova está no pulso:
Em um artigo publicado
recentemente na revista Estresse, o professor de psicologia de Concordia
Jean-Philippe Gouin observou 76 estudantes universitários durante os períodos
de menor estresse no início do semestre e maior estresse durante o período de
provas avaliativas. Ele descobriu que, apesar de todos os alunos passarem por
dificuldades semelhantes durante a fase final, apenas alguns deles desenvolvem
um sofrimento significativo.
Com a ajuda da colega da Universidade
de Concordia Sonya Deschênes e de Michel Dugas, da Université du Québec en
Outaouais, Gouin registrou a variabilidade da frequência cardíaca dos
participantes enquanto eles estavam descansando e enquanto eles estavam
pensando em coisas que eles tendem a se preocupar mais. Eles também
acompanharam o humor dos participantes em um momento de baixa tensão no início
do semestre e em um momento de alta tensão antes das provas.
A pesquisa descobriu que
aqueles que exibiram um batimento cardíaco menos variável quando começaram a se
preocupar eram mais propensos a ser altamente estressados, mais tarde, quando
confrontados com as provas finais. Gouin, que comanda um Grupo de Pesquisa em
Estresse Crônico e Saúde no Canadá, explica: "Em repouso, um batimento cardíaco
mais variável é uma coisa boa. Isso mostra que o sistema nervoso parassimpático
está trabalhando a pleno. Esse é o sistema que é responsável pelo `descanso e
digestão’, o oposto de `luta ou fuga’. A fase de repouso o coloca em um estado
de calma que lhe permite repor e conservar suas energias."
Ameaça real ou
preocupação equivocada?
"Quando você está diante
de uma ameaça real em sua vida, um batimento cardíaco regular ajuda-o a lidar
com a situação. Se você encontrar um leão na selva, você quer que seu batimento
cardíaco fique em níveis elevados e consistentes para que você possa fugir o
mais rápido que puder", diz Gouin. "Mas se o seu corpo mostra a mesma reação
quando você se preocupar com algo que pode ou não acontecer - como ir mal em
uma prova - então você pode ser mais suscetível ao estresse."
"Ao identificar na
população geral aqueles que são mais vulneráveis ​​ao estresse, podemos
intervir antes que eles atinjam um nível mais extremo - e esperamos prevenir as
consequências negativas do estresse. É por isso que é importante ter uma
ferramenta de diagnóstico objetivo como esta."