Conheça a prática das intervenções psicoterápicas
16 de Junho de 2021
A prática das intervenções psicoterápicas engloba um número quase incontável de técnicas na atualidade. Algumas delas se apresentam como novas propostas de estratégias antigas e já conhecidas. Outras inovam e trazem importantes avanços para a área.
Independentemente das correntes teóricas associadas a cada abordagem da Psicologia, entende-se que a psicoterapia parte da relação de ajuda assimétrica entre uma pessoa, família, casal ou grupo que busca o auxílio de um profissional cientificamente qualificado e autorizado para tanto. E se dá dentro de um contrato profissional com termos aceitos pelas partes.
A prática das intervenções psicoterápicas, portanto, conta com quatro constituintes fundamentais: o cliente/paciente, o psicoterapeuta, a relação terapêutica e o processo terapêutico.
CONTRIBUIÇÕES
Quando se fala em abordagens da Psicologia e intervenções psicoterápicas, alguns nomes destacam-se, tais como Sigmund Freud, Carl Gustav Jung, Friedrich e Laura Perls, John Broadus Watson, Burrhus Frederic Skinner, Abraham Maslow, Aaron Beck e Jeffrey Young.
Porém é importante lembrar que a Psicologia teve sua origem na Filosofia. Assim sendo, pensadores como Sócrates e Platão também deram suas contribuições para a área.
É possível, no entanto, falar da Psicologia moderna a partir do século 19, quando os estudiosos da época decidiram separar a Psicologia da Filosofia e a reconheceram como uma ciência centralizada nos processos mentais do ser humano e no seu comportamento.
RAMOS
Tal ciência não se limita à Psicologia clínica, um de seus ramos mais conhecidos. Ela se divide em várias outras áreas, como, por exemplo, Psicologia educacional, esportiva e hospitalar.
Além disso, cada uma das linhas teóricas da Psicologia tem uma maneira diferente de entender o ser humano e os seus processos mentais. Assim, dependendo da abordagem escolhida, o profissional da saúde mental trabalha de um jeito específico.
Na Psicanálise, por exemplo, o conceito central do pensamento freudiano é o inconsciente. Segundo Freud, muitas das emoções e dos comportamentos humanos têm causas desconhecidas pela pessoa já que estão fora do nível da consciência racional. Tal abordagem parte da associação livre, que estimula que o indivíduo fale sobre o que quiser, sem muitas intervenções do terapeuta.
TCC
Por sua vez, a Terapia Cognitiva-Comportamental, desenvolvida por Beck, integra a base comportamental a conhecimentos das neurociências. Com isso, relaciona os pensamentos, as emoções e os comportamentos humanos, ampliando a terapia comportamental clássica.
Seu pressuposto básico é que a atividade cognitiva influencia as emoções e o comportamento. Além disso, entende que a cognição é passível de ser monitorada e alterada e que, a alterando, se pode modificar as emoções e o comportamento subjacente.
Entre as intervenções psicoterápicas utilizadas na TCC, constam psicoeducação, registro de pensamentos disfuncionais, questionamento socrático, exposição, dessensibilização sistemática, relaxamento, habilidades sociais, enfrentamento do estresse, espectador ou observador distante, troca de papéis, parada do pensamento e autoinstrução.
LIVRO
O livro `A prática das intervenções psicoterápicas - Como tratar pacientes na vida real’, publicado pela Sinopsys Editora, apresenta as principais técnicas utilizadas dentro de cada uma das abordagens psicoterápicas conhecidas hoje como cognitivo-comportamentais e também contextuais.
Com a contribuição de vários profissionais da saúde mental, a obra é organizada pelo psicoterapeuta brasileiro Wilson Vieira Melo. Ele é doutor em Psicologia, mestre em Psicologia Clínica, tem Treinamento Intensivo em Terapia Comportamental Dialética no The Linehan Institute Behavioral Tech e fundou o Instituto de Terapia Cognitiva do Rio Grande do Sul (ITC-RS).
Segundo Melo, exemplos práticos de como tratar pacientes na vida real facilitam o entendimento de cada uma das técnicas de intervenção. Dessa forma, profissionais que estão iniciando terão um rico referencial e os experientes poderão aperfeiçoar sua prática clínica.
A primeira parte do livro `A prática das intervenções psicoterápicas - Como tratar pacientes na vida real’ fala sobre a importância do diagnóstico em psicoterapia.
Já a segunda e mais extensa apresenta as principais abordagens psicoterápicas e, de uma forma didática, ensina como utilizá-las no contexto da psicoterapia. E a terceira parte aborda algumas especificidades de intervenções em diferentes contextos.