Cuidados paliativos: assistência ao paciente em fim de vida

Os cuidados paliativos são os cuidados de saúde ativos e integrais prestados por equipe multidisciplinar às pessoas com doenças graves, progressivas e que ameaçam a continuidade de suas vidas.

Têm como objetivo promover a qualidade de vida do paciente e de seus familiares através de prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce de situações possíveis de serem tratadas, da avaliação cuidadosa e minuciosa e do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.

Os cuidados paliativos devem ser iniciados o mais precocemente sempre que possível. Podem vir associados ao tratamento com objetivo de cura da doença a fim de auxiliar no manejo dos sintomas de difícil controle e melhorar as condições clínicas do indivíduo.

À medida que a doença avança, mesmo na vigência do tratamento com intenção curativa, a abordagem paliativa deve ser ampliada, visando também cuidar dos aspectos psicológicos, sociais e espirituais.

Na fase terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, os cuidados paliativos tornam-se prioritários para garantir qualidade de vida, conforto e dignidade.

A transição do cuidado com objetivo de cura para o cuidado com intenção paliativa é um processo contínuo e sua dinâmica difere para cada paciente.

Diante do diagnóstico de uma doença grave, crônica e incurável, a missão conferida aos profissionais da saúde, entre eles o psicólogo, é oferecer amparo fundamentado na ética da atenção e do cuidado autenticamente interessado pelo outro de quem se cuida.

O valor central a orientar toda e qualquer oferta de auxílio em saúde é a manutenção da autonomia humana, ressaltando a solidariedade entre o paciente e o profissional da saúde em atitude que resulta em compaixão afetiva, balizada pelos princípios da bioética.

Desse modo, a atuação laboral diante de pacientes com doenças graves e crônicas exige ferramentas clínicas específicas para os profissionais que prestam cuidados paliativos a fim de atender aos princípios assistenciais necessários, especialmente aqueles que dizem respeito ao restabelecimento da dignidade à pessoa doente.

A partir de uma comunicação honesta e sensível, é possível auxiliar o indivíduo a construir o sentido da sua experiência de viver e morrer de maneira autônoma, identificando e legitimando seus desejos e necessidades no percurso de fim de vida e diminuindo seu sofrimento.

O "Baralho psicoterapêutico para avaliação e intervenção clínica em cuidados paliativos", de autoria da psicóloga Ariane Cristiny da Silva Fernandes, fornece ao psicólogo uma ferramenta clínica de manejo psicoterapêutico completa e eficaz, considerando as mais diversas necessidades do paciente, sua família e equipe de saúde.

Tanto individual quanto coletivamente, em contextos clínico, ambulatorial e hospitalar, o recurso pode ser utilizado com adolescentes, adultos e idosos que estejam enfrentando o processo de adoecimento grave e crônico. As cartas abrangem três etapas: avaliação, psicoeducação e intervenção psicoterapêutica para pacientes, familiares e equipes de saúde.

O baralho possibilita ao paciente e ao terapeuta dialogarem acerca das principais preocupações, necessidades, desejos, expectativas e dificuldades emocionais envolvidas no enfrentamento do processo de adoecimento e formularem planos terapêuticos singulares, garantindo o respeito aos valores e às crenças do paciente e de sua família sobre o que se entende como tratamento adequado em cuidados paliativos.

Publicado pela editora Sinopsys Editora, o baralho dispõe de arquivos para download: protocolo clínico de avaliação psicológica compreensiva focal em cuidados paliativos; diagrama clínico de conceitualização integrativa em cuidados paliativos; registro psicológico em prontuário multiprofissional; protocolo clínico de registro psicológico das sessões psicoterapêuticas e descrição temática das etapas clínicas para intervenção psicoterapêutica direcionada à equipe assistencial.