Dentro do cérebro adolescente: Novos estudos explicam o comportamento de risco. - Sinopsys Editora
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Dentro do cérebro adolescente: Novos estudos explicam o comportamento de risco

04 de Novembro de 2014

É do conhecimento comum que os adolescentes parecem predispostos a comportamentos de risco. Agora, uma série de novos estudos está lançando luz sobre os mecanismos cerebrais específicos que ajudam a explicar o que pode estar acontecendo dentro de cérebros juvenis masculinos. O neurocientista Pradeep Bhide, da Florida State University, College of Medicine, reuniu alguns dos principais pesquisadores do mundo na tentativa de explicar por que os adolescentes - meninos, em particular - muitas vezes se comportam de forma irregular. 

O resultado é uma série de 19 estudos abordando a questão, provindos de vários domínios científicos, incluindo a psicologia, a neuroquímica, imagens do cérebro, a neurociência clínica e neurobiologia. Os estudos são publicados em um volume especial da Developmental Neuroscience, "Cérebros adolescentes: pensam diferente?" ("Teenage Brains: Think Different?"). 

"Psicólogos, psiquiatras, educadores, neurocientistas, profissionais da justiça criminal e os pais estão envolvidos em uma luta diária para entender e resolver o enigma de comportamentos de risco na adolescência", disse Bhide. "Estes comportamentos impactam não só os adolescentes que, obviamente, colocam-se em risco grave e duradouro, mas também as famílias e a sociedade em geral."

"As cargas emocionais e econômicas de tais comportamentos são bastante grandes. A pesquisa descrita neste livro oferece pistas sobre o que se pode fazer com tais comportamentos desajustados e como se pode ser capaz de conceber métodos de combate, evitando ou modificando esses comportamentos." 

Exemplos de resultados publicados no livro que fornecem novos insights sobre o funcionamento interno do cérebro de adolescentes: 

• Ao contrário de crianças ou adultos, adolescentes mostram aumento da atividade na parte do cérebro que controla as emoções, quando confrontados com uma ameaça. Leituras magnéticas do scanner de ressonância em um estudo revelaram que o nível de atividade no cérebro límbico de adolescentes do sexo masculino reage a ameaças, mesmo quando eles foram orientados a não responder a ela, de forma muito diferente do que em homens adultos. 

• Usando medições de atividade cerebral, outra equipe de pesquisadores descobriu que os adolescentes eram em sua maioria imunes à ameaça de punição, mas hipersensíveis à possibilidade de grandes ganhos com jogos de azar. Os resultados questionam a eficácia da punição como um impedimento para o comportamento de risco ou desviante em adolescentes do sexo masculino. 

• Outro estudo demonstrou que uma molécula conhecida por ser vital no desenvolvimento de medo de situações perigosas é menos ativa em cérebros masculinos adolescentes. Esses resultados apontam para diferenças neuroquímicas entre cérebros de adolescentes e adultos, que podem estar subjacentes aos comportamentos complexos exibidos pelos adolescentes. 

"Os novos estudos ilustram as bases neurobiológicas de alguns dos comportamentos mais incomuns, mas bem conhecidos, dos nossos adolescentes", disse Bhide. "O estresse, alterações hormonais, complexidades do ambiente psicossocial e pressão, tudo contribui para os desafios de assimilação enfrentados pelos adolescentes."

"Esses estudos tentam isolar, analisar e entender algumas dessas causas potenciais do enigma complexo de um adolescente. A pesquisa lança luz sobre como podemos ser capazes de interagir melhor com os adolescentes em casa ou fora de casa, como projetar estratégias educativas e como é a melhor forma de tratar ou modificar o comportamento não adaptativo de um adolescente."

Bhide concebeu e editou "Teenage Brains: Think Different?". Seus coeditores foram Barry Kasofsky e BJ Casey, ambos do Weill Medical College da Cornell University. O livro foi publicado pela Karger Medical and Scientific, uma editora de Basel, Suíça. Mais informações sobre o livro podem ser encontradas em: http://www.karger.com/Book/Home/261996


FONTE: Florida State University. (2014, August 27). Inside the teenage brain: New studies explain risky behavior. ScienceDaily. Retrieved September 3, 2014 from http://www.sciencedaily.com/releases/2014/08/140827203544.htm


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Tags

Adolescente, Estudos, Comportamento, Cérebro, Risco, Terapia Cognitivo-Comportamental

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