Dislexia na sala de aula: o que o professor precisa saber?
13 de Dezembro de 2022
O papel dos professores no diagnóstico da dislexia é de extrema importância, pois eles lidam todos os dias com as dificuldades dos alunos e frequentemente são os primeiros a identificarem os sintomas desse transtorno de aprendizagem.
A equipe escolar, por meio de um bom relacionamento com os pais ou outros responsáveis, também tem o papel importante de informar de modo diretivo e explicativo à família sobre a necessidade de buscar profissionais especializados.
Além disso, cabe à equipe escolar entender e apoiar o aluno com dislexia, oferecendo suporte de reforço, métodos de ensino mais eficazes e exigências mais de acordo com o alcançável por ele.
PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO
Lidar com os transtornos de aprendizagem, como a dislexia, em sala de aula é um desafio. Porém, atualmente existem programas de intervenção e métodos de alfabetização com excelentes evidências de eficácia.
Compreendê-los e aplicá-los é crucial para lidar de forma adequada com os alunos e possibilitar uma educação de qualidade. Quanto mais cedo a intervenção se inicia, mais resultados podem ser alcançados.
Existem evidências de que as crianças disléxicas possuem menor ativação em diversas áreas do córtex cerebral, porém, após a intervenção, além de haver uma melhora no vocabulário e na fluência da leitura, há aumento considerável da ativação cortical.
PASSOS IMPORTANTES
Ainda não existe uma solução única e unânime quando o assunto é superar a dificuldade de leitura e escrita. No entanto, ressalta-se alguns passos que parecem ser mais importantes.
Primeiro, a criança deve aprender a ter consciência e manipular os fonemas para depois conseguir relacioná-los com seus grafemas correspondentes.
Por fim, objetiva-se conseguir alcançar um nível de fluência de leitura. Leitores proficientes utilizam, majoritariamente, a rota lexical, que é mais rápida e depende muito mais da frequência de aparecimento das palavras do que seu tamanho e complexidade da relação grafema-fonema.
A leitura rápida e fluente de palavras libera recursos cognitivos para que o aluno consiga compreender com maior facilidade o que foi lido.
Os professores podem ajudar a criança a compreender que suas falhas são devidas a uma dificuldade intrínseca à dislexia e fogem do seu controle, mas não é algo imutável. É preciso ressaltar as qualidades que o indivíduo apresenta e criar estratégias para usá-las a seu favor.
LITERATURA
O livro “Abordagens cognitivo-comportamentais no contexto escolar”, organizado pela neuropsicóloga e psicopedagoga Juliana Mendes Alves e publicado pela Sinopsys Editora, integra conhecimentos e técnicas oriundos das neurociências e das abordagens cognitivo-comportamentais ao já amplo universo da pedagogia e da educação em geral.
Essas duas áreas do conhecimento têm se desenvolvido muito nas últimas décadas, especialmente em função de um grande conjunto de pesquisas que vêm sendo feitas. Colocar esses avanços à disposição dos educadores, em linguagem acessível a eles e com objetivos práticos e úteis, contribui para sua maior capacitação para a intervenção junto aos alunos.