Fobias específicas na infância: intervenções mais indicadas - Sinopsys Editora
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Fobias específicas na infância: intervenções mais indicadas

Fobias específicas na infância: intervenções mais indicadas

28 de Junho de 2021

Entre as fobias específicas na infância mais comuns, estão aquelas relacionadas a animais, injeções, escuridão, altura e ruídos intensos. A psicoterapia é o tratamento mais indicado, sendo as abordagens cognitivo-comportamentais efetivas paras esses casos.

Caracterizadas pelo medo desproporcional e persistente de algum objeto ou situação, as fobias específicas, também chamadas de fobias simples, se enquadram nos transtornos de ansiedade. Estão entre as mais comuns na infância.

De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) da Associação Americana de Psiquiatria, a grande maioria dos transtornos de ansiedade tem início na infância e precisa ser diagnosticada e tratada de forma adequada para que não persista na idade adulta.

Algumas abordagens psicoterapêuticas têm sido eficazes no tratamento das fobias específicas na infância. Principalmente a terapia de exposição gradual ao estímulo fóbico, de acordo com uma lista hierárquica das situações ou objetos temidos, e outras técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental.

Os objetivos do tratamento das fobias específicas na infância por meio da TCC são entender as causas dos transtornos e fazer com que as crianças confrontem as situações causadoras da ansiedade de maneira a produzirem a extinção da reação exagerada.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO

Para fazer o diagnóstico das fobias específicas em crianças, o terapeuta deve se basear numa entrevista clínica bem-estruturada, com o uso de métodos diversificados, como entrevistas, observações e escalas de mensuração. Além disso, é preciso considerar as informações coletadas nos diferentes contextos nos quais o paciente está inserido.

Na avaliação inicial, o profissional deve buscar compreender como é o funcionamento do paciente de forma ampla, avaliando quando começaram os primeiros sintomas e se há existência de fatores precipitantes para eles, tais como história médica, escolar, histórico familiar de transtornos psiquiátricos e de ansiedade e acontecimentos pregressos.

O terapeuta irá coletar informações com pais, familiares, professoras e demais pessoas significativas para o paciente, pois o trabalho com crianças é sempre em conjunto, envolvendo família e escola.

PREMISSA


Na TCC, o tratamento das fobias específicas na infância segue os mesmos princípios que a terapia com adultos, com a premissa de que existe interação entre os pensamentos, sentimentos e comportamentos de um indivíduo.

Além disso, a abordagem reconhece que as variáveis cognitivas, comportamentais, afetivas e socioambientais têm grande importância nas causas e na manutenção dos transtornos de ansiedade.

O objetivo, portanto, é modificar a estrutura cognitiva da criança para que ela tenha uma mudança em seus comportamentos e em sua forma de sentir e agir, fazendo com que identifique os pensamentos negativos e os questione, reconhecendo, assim, o que eles representam para ela.

TÉCNICAS UTILIZADAS


No tratamento das fobias específicas na infância com a TCC, o terapeuta deve trabalhar com o pequeno de forma colaborativa na busca de soluções. Além disso, é preciso ajudá-lo a desenvolver suas habilidades cognitivas através de técnicas e estratégias diversificadas.

O profissional deve dispor de uma sala com vários tipos de brinquedos e materiais que facilitem a interação da criança, pois, através das atividades lúdicas, ela expressa suas experiências e manifesta seus conflitos e suas preocupações.

Na TCC infantil, os pequenos aprendem fazendo e são orientados à ação. Se eles estiverem se divertindo, a terapia será estimulante e não uma obrigação.

As intervenções precisam ser escolhidas de acordo com os objetivos que o terapeuta deseja alcançar no tratamento das fobias específicas na infância. E devem ser adaptadas à faixa etária e às habilidades cognitivas de cada paciente.

EMOÇÕES


No início do tratamento, o paciente normalmente não sabe diferenciar suas emoções. Para ajudá-lo nesse sentido, podem ser utilizadas carinhas que representem raiva, tristeza, alegria e medo, por exemplo, fazendo com que ele reconheça e nomeie cada uma delas.

Outros recursos bastante utilizados por psicólogos no tratamento das fobias específicas na infância que podem auxiliar a criança a identificar suas emoções são baralhos, jogos e livros infantis.

Mais uma atividade importante a ser colocada em prática é o monitoramento das emoções da criança, para que ela consiga perceber a força de sua ansiedade em diferentes situações as quais é exposta. Para isso, pode ser feita uma escala de zero a dez.

O profissional também deve ajudar a criança a identificar os sinais físicos que ocorrem após as situações que lhe geram medo ou outros sentimentos que estão associadas às fobias específicas na infância.

Nesse caso, pode utilizar uma situação que tenha ocorrido para verificar o que aconteceu antes, durante e depois. Assim o pequeno começa a identificar os sinais que seu corpo apresenta quando está ansioso.

PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS


Os pensamentos automáticos, aqueles que fogem do controle do paciente, também podem ser monitorados por meio de registros, os quais podem ser feitos em balões do pensamento vazios a serem preenchidos de acordo com o pensamento que a criança teve em determinadas situações. Cabe ao terapeuta questioná-la para que comece a ver a situação de forma diferente de seu pensamento.

Também pode ser feito um diário dos sentimentos, no qual a criança descreve qual situação lhe causou ansiedade, a forma como se sentiu e quais os pensamentos que vieram à sua cabeça. Depois, o terapeuta deve ajudá-la a identificar quais são os principais padrões que apareceram e a pensar sobre tudo aquilo que escreveu.

REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA


Outra técnica utilizada no tratamento das fobias específicas na infância é a reestruturação cognitiva. Inicialmente, a criança precisa identificar os pensamentos distorcidos. Depois, ela questiona esse pensamento, para que, dessa forma, encontre alternativas mais adaptativas.

Para isso, o terapeuta pode dramatizar as situações que causam medo na criança, trocando de papel com ela.

DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA


Entre as técnicas da TCC consideradas mais eficazes no tratamento das fobias específicas na infância, está a dessensibilização sistemática, feita através da exposição gradual.

Nesse caso, o terapeuta coloca a criança frente à situação ou ao objeto que lhe causa medo. É necessário seguir uma ordem de sintomas, começando pelos que causam menos ansiedade e chegando às situações mais temidas.

Através da exposição, o paciente ensaia habilidades de enfrentamento e, assim, vai ganhando autoconfiança, pois enfrenta um estímulo que lhe causa aversão.

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Tags

Fobia, Fobia Específica, Transtorno de Ansiedade, Medo Excessivo, Acrofobia, Zoofobia, Coulrofobia

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