Hepatites Virais: Julho Amarelo é o mês da conscientização
12 de Julho de 2021
As hepatites virais são um problema de saúde pública mundial. Por isso, o Julho Amarelo, instituído pela Lei nº Lei nº 13.802/2019, é o período do ano em que se destaca a importância das ações voltadas à conscientização para o conhecimento, a prevenção, o diagnóstico e o tratamento dessas doenças no Brasil.
A escolha do mês está relacionada ao 28 de julho, Dia Mundial de Combate à Hepatite, liderado pela Aliança Mundial das Hepatites desde 2008 e oficializado em 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
EVOLUÇÃO SILENCIOSA
Uma inflamação no fígado provocada, na maioria das vezes, por vírus - A (HAV), B (HBV), C (HCV), D (HDV) e E (HEV) -, a hepatite também pode ser ocasionada pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, bem como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
Em geral, as hepatites virais são doenças com evolução silenciosa. Quando surgem sintomas, os principais são fadiga, febre, falta de apetite, náuseas, vômitos, dores abdominais, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
No Brasil, os tipos mais comuns de hepatites virais são causados pelos vírus A, B e C. Mas também ocorrem os vírus da hepatite D, mais frequente na região Norte, e da hepatite E, mais rara no País, sendo encontrada com maior facilidade na África e na Ásia.
As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem sempre haver sintomas, grande parte das pessoas desconhece ter a infecção. Isso faz com que a doença evolua por décadas sem o devido diagnóstico.
Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), mais de 1,5 milhão de indivíduos estão contaminados no País, mas apenas 300 mil têm o diagnóstico.
Esse avanço silencioso compromete o fígado, sendo causa de fibrose grave ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão.
O impacto dessas infecções é de aproximadamente 1,4 milhão de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada à do HIV e à da tuberculose.
FORMAS DE TRANSMISSÃO
As formas de transmissão das hepatites virais são variadas. No caso dos vírus A e E, o contágio ocorre via fecal-oral devido a condições precárias de saneamento básico, de higiene pessoal e dos alimentos.
Já os vírus B, C e D têm transmissão sanguínea, por compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam. Podem, ainda, ser transmitidos da mãe para o bebê durante a gravidez ou o parto.
Relações sexuais desprotegidas também estão incluídas entre as formas de transmissão das hepatites virais do tipo A, B, C e D.
O contágio via transfusão de sangue já foi comum no passado, mas hoje é considerado raro por causa da evolução da tecnologia e dos sistemas de controle de qualidade nos hemocentros.
PREVENÇÃO
De modo geral, a adoção de medidas simples pode ser eficaz para evitar as hepatites virais, tais como o uso de preservativos em todas as relações sexuais. Também é recomendável não compartilhar objetos de uso pessoal, como agulhas, alicates de unha e lâminas de barbear.
Exigir sempre materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e piercing, consultórios médicos, odontológicos e manicures também é uma atitude preventiva.
Outras medidas necessárias são lavar as mãos após usar o banheiro, trocar fraldas e antes do preparo da comida e higienizar bem os alimentos antes do consumo. A prevenção inclui, ainda, a vacinação contra as hepatites A e B.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite. Populações mais vulneráveis precisam ser testadas periodicamente. O SUS também oferece tratamento para todos os tipos de hepatite, independentemente do grau de lesão do fígado.