Hepatites virais: possibilidades de tratamento no Brasil
07 de Julho de 2021
Reduzir em 90% as novas infecções por hepatites virais e em 65% as mortes associadas a elas até 2030 é estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS) com a qual o Governo brasileiro está comprometido. Nesse sentido, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo uma série de ações em diversas frentes que compõem a política nacional de combate a essas doenças.
Por meio da rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) são disponibilizados testes rápidos para as hepatites B e C. A rede pública também oferece imunização gratuita contra os vírus A e B, assim como tratamento para todos os tipos de hepatite, independentemente do grau de lesão do fígado.
TIPO A
No caso da hepatite do tipo A, não há tratamento específico. O mais importante é evitar a automedicação para alívio dos sintomas, uma vez que o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado pode piorar o quadro.
Cabe ao médico prescrever a medicação mais adequada para melhorar o conforto e garantir o balanço nutricional adequado do paciente, incluindo a reposição de fluidos perdidos pelos vômitos e diarreias. A hospitalização é indicada apenas nos casos de insuficiência hepática aguda.
TIPO B
Após o resultado positivo e a confirmação da hepatite B, o tratamento deve ser feito com antivirais específicos disponibilizados no SUS de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções (PCDT Hepatite B).
Além do uso de medicamentos, quando necessários, é importante que se evite o consumo de bebidas alcoólicas.
Os tratamentos disponíveis atualmente não curam a infecção pelo vírus da hepatite B, mas podem retardar a progressão da cirrose, reduzir a incidência de câncer de fígado e melhorar a sobrevida em longo prazo.
TIPO C
Já o tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta, que apresentam taxas de cura de mais 95% e são administrados, geralmente, por oito ou 12 semanas. Esses medicamentos revolucionaram o tratamento, possibilitando a eliminação da infecção pelo HCV.
Todas as pessoas com diagnóstico positivo para hepatite C podem receber o tratamento pelo SUS. Os médicos tanto da rede pública quanto suplementar podem prescrevê-lo seguindo as orientações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções (PCDT Hepatite C).
Os pacientes na fase inicial da infecção podem ser tratados nas unidades básicas de saúde, sem a necessidade de consulta na rede especializada, para dar início ao tratamento.
TIPO D
Após o resultado positivo e a confirmação da hepatite D, cabe ao médico indicar o tratamento de acordo com o PCDT Hepatite B, uma vez que o vírus HDV só acomete pessoas infectadas pelo HBV.
Os medicamentos não eliminam o vírus. O objetivo principal do tratamento é o controle do dano hepático. Todos os pacientes portadores de hepatite delta são candidatos à terapia disponibilizada pelo SUS.
Além do tratamento medicamentoso, orienta-se que a pessoa não consuma bebidas alcoólicas.
TIPO E
Pelo fato de ser combatida pelo próprio sistema imunológico, a hepatite E não possui tratamento específico, sendo apenas recomendado ao infectado ficar de repouso e beber muitos líquidos. Além de buscar garantir melhor condições de saneamento e higiene, especialmente no que diz respeito ao preparo dos alimentos.