Hipnoterapia traz resultados significativos no combate a transtornos

Diversos estudos mostram que a utilização da hipnose em processos terapêuticos traz resultados significativos especialmente em casos como transtornos alimentares, do sono, ansiedade, depressão, fobias (medo de elevador, de dirigir, de voar de avião, de altura, etc), abuso de substâncias químicas e outros vícios, inclusive em jogos.

Mas o campo de atuação se estende ao manejo da dor, do estresse, da onicofagia (roer unhas), do zumbido intermitente, das disfunções sexuais de fundo emocional, dos tiques, da enurese noturna (urinar na cama) e vários outros.

As técnicas da hipnoterapia variam de acordo com as vertentes. Na hipnose clássica, o paciente recebe sugestões diretas para adentrar em um estado diferenciado de consciência e experimentar alterações sensoriais e mudanças cognitivo-comportamentais.

Por sua vez, a hipnose ericksoniana utiliza a indução indireta, interativa, partindo da observação do paciente (comunicação verbal e não verbal). Normalmente são utilizados contos, histórias e metáforas com sugestões embutidas e delineadas para cada paciente.

Atualmente a comunidade científica tem reconhecido o valor da hipnoterapia em vários contextos de saúde. As abordagens são inúmeras.

Uma delas é voltada para a alteração no perfil comportamental da pessoa, o que inclui administração emocional, potencialização de qualidades, respostas assertivas e espontâneas às demandas dos ambientes profissional, social e familiar.

Outra é direcionada ao tratamento de fobias, em que são incluídos todos os tipos que existem, tendo técnicas diversas de tratamento dependendo da intensidade e do modelo apresentado. A dessensibilização progressiva é uma dessas técnicas.

Por sua vez, a hipnoterapia para a subtração de sintomas exige um cuidado maior, uma vez que todo sintoma está ligado à alguma manifestação de descontrole interno que pode ser de âmbito emocional ou não.

Nesses casos, quando os sintomas são mais severos, o aconselhável é que uma equipe multidisciplinar acompanhe o tratamento. O psicólogo e o médico são indispensáveis em casos graves.

E na hipnoterapia voltada para reabilitação, mesmo sem movimentos físicos reais, somente na imaginação em estado alterado de consciência, o paciente é auxiliado a desenvolver de novo suas habilidades motoras perdidas por algum trauma físico ou acidente vascular cerebral.

Já na hipnoterapia voltada aos transtornos alimentares, existem vários modelos de induções e sugestões, que podem variar de implantes hipnóticos a alterações no estilo de vida.

Uma das técnicas utilizadas nesse caso é a do balão intragástrico imaginário. O processo hipnoterapêutico consiste na inserção de um balão intragástrico imaginário. O método envolve equipe médica, sala de cirurgia e até monitoramento cardíaco, tudo na imaginação do paciente.

Trata-se de uma técnica que envolve hipnose e terapia cognitivo-comportamental. Um dos profissionais que a utiliza é o psicólogo brasileiro Benomy Silberfarb, especialista em terapia cognitivo-comportamental e hipnose clínica. Ele é autor do livro `Hipnoterapia cognitiva: tratamento dos transtornos alimentares e controle de dietas’, publicado pela Sinopsys Editora.

Aplicado por Silberfarb desde 1998, o chamado balão intragástrico imaginário foi adaptado de um método desenvolvido por especialistas espanhóis.

A cirurgia é imaginária, mas o paciente recebe estímulos para associar o que está acontecendo com uma cirurgia real. O tratamento ajuda o paciente a dizer não às tentações gastronômicas.

No tratamento da depressão, de fobias e traumas, a hipnoterapia busca a origem, o que desencadeou o problema. Assim que é descoberta, os esforços se voltam para a superação.

Por meio da hipnose, o paciente consegue reviver esses momentos sob nova perspectiva. Ao ressignificar os eventos traumáticos e aprender a superá-los, a química cerebral começa a se regular e os hormônios tendem a voltar ao normal.

Com a hipnoterapia, a pessoa ainda descobre uma capacidade natural de recuperação do seu próprio corpo. Incentivado a valorizar o lado positivo, ela passa a mudar a forma como encara a vida.

Trabalha-se o autoconceito, a autoestima e o autoconhecimento. Assim, o indivíduo aprende a controlar os próprios sentimentos. Com isso, ele tem mais chances de se recuperar e ser capaz de agir de forma diferente diante das situações futuras.