O que você sabe sobre burnout?
26 de Junho de 2019
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Sabemos que o trabalho e a necessidade de produtividade têm relação direta com a nossa saúde, autoestima e bem-estar. A atividade laboral não é motivada apenas pela nossa sobrevivência, mas também pela necessidade que temos de alcançar determinadas realizações pessoais, as quais beneficiam não apenas o indivíduo, mas sim toda a sociedade. Por isso, tudo que interferir negativamente na relação positiva entre o homem e sua atividade profissional pode causar sofrimento, estresse e até doenças que impactem nos meios de produção. O estresse no trabalho está relacionado a altos níveis de fadiga, transtornos do sono, depressão e desequilíbrios na saúde física; estes desequilíbrios impactam na redução da qualidade dos serviços prestados (Benevides-Pereira, 2002; Santos, Sobrinho, & Barbosa, 2017). "Quando o desequilíbrio entre as demandas elevadas do exercício profissional e os baixos recursos de enfrentamento do trabalhador geram uma condição prolongada ao estresse, caracterizada principalmente por desgaste psíquico, fisiológico e emocional, ocorre um estado de exaustão, conhecido como Síndrome de Burnout (SB)." (Santos et al., 2017). Anelisa Vaz de Carvalho, organizadora do livro Terapia cognitivo-comportamental na síndrome de Burnout: contextualização e intervenções (Sinopsys, 2019) explica que o burnout (SB) pode ser entendido como"um problema social premente nos próximos anos devido à atual configuração do mundo do trabalho" pois questões como pressões competitivas, as variações nos contratos de trabalho, a maior instabilidade no emprego, o excesso de horas de trabalho, a contínua necessidade de aprimoramento diante do acelerado ritmo de mudança nas tecnologias e a desfocagem da linha que separa o trabalho e a vida pessoal/familiar são fatores que têm tido grande impacto na saúde mental dos trabalhadores (Shirom, Melamed, Toker, Berliner, & Shapira, 2005). Todos estes fatores afetam a qualidade de vida do trabalhador e, consequentemente, os níveis de burnout em diferentes setores econômicos, elevando sua taxa de incidência e prevalência na população. A identificação de todas estas questões colaborou para que o burnout fosse incluído na lista de atualizações da nova edição do CID-11, que entrará em vigor em 2022, como um problema de estresse crônico associado ao trabalho. Afinal, entende-se que uma maior visibilidade e a associação a um problema no trabalho facilita a gestão de afastamentos e problemas laborais. |
As três dimensões da Síndrome de Burnout No prefácio do livro Terapia cognitivo-comportamental na síndrome de Burnout: contextualização e intervenções (2019, p.13-14), a Doutora em Psicologia Eliane Mary de Oliveira Falcone cita Maslach & Jackson (1981) para explicar que a SB é um fenômeno de três dimensões: 1. exaustão emocional - é desencadeada pelas exigências profissionais e identificada como a ausência de energia, sentimento de esgotamento dos recursos emocionais, bem como de frustração e de tensão pela percepção de incapacidade para o trabalho. Considerando-se todas estas questões, fica clara a necessidade de os profissionais da Psicologia buscarem por mais informações e atualizações sobre o tema, assim como entender quais são as práticas mais apropriadas de prevenção e de intervenção da SB. Esse aprofundamento teórico-prático é importante não apenas para professores e pesquisadores da área, mas também a graduandos das áreas de saúde e empresarial interessados no tema. |
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