Pessoas que têm mais ataques de raiva possuem `cérebro emocional` menor
17 de Maio de 2016
Estudos sugerem que as regiões frontolímbicas do cérebro, estruturas que regulam as emoções, desempenham papel importante na biologia do comportamento agressivo.
Um novo artigo publicado na edição inaugural da revista Biological Psychiatry: Neurociência Cognitiva e Neuroimagem relata que os indivíduos com transtorno explosivo intermitente (do inglês intermittent explosive disorder - IED) têm volume de substância cinzenta significativamente menor nessas estruturas cerebrais frontolímbicas. Em outras palavras, essas pessoas têm "cérebros emocionais" menores.
"Transtorno explosivo intermitente é definido no DSM-5 como agressividade impulsiva, recorrente e problemática", explicou o Dr. Emil Coccaro, o principal autor do artigo. "Embora mais comum que o transtorno bipolar e a esquizofrenia combinados, muitos na comunidade científica e leiga acreditam que agressividade impulsiva é simplesmente `mau comportamento` que requer um `ajuste de atitude`. No entanto, nossos dados confirmam que o IED, como definido pelo DSM-5, é uma desordem cerebral e não, simplesmente, uma desordem de `personalidade`". Dr. Coccaro é o chefe do departamento de Psiquiatria e Neurociência Comportamental da Universidade de Chicago.
Dr. Coccaro e seus colegas
relatam também uma significativa correlação inversa entre as medidas de
agressão e o volume frontolímbico de massa cinzenta. Os investigadores
coletaram imagens de ressonância magnética (MRI) em alta resolução em 168 pessoas, incluindo 57 com
IED, 53 indivíduos-controle
saudáveis, e 58 para controle psiquiátrico. A equipe encontrou uma correlação
direta entre o histórico de comportamentos agressivos e a magnitude da redução
no volume de substância cinzenta, comprovando a correlação.
"Em todos os participantes,
volume reduzido em estruturas cerebrais frontolímbicas foi associado com uma
maior agressividade", comentou o Dr. Cameron Carter, professor de
Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Universidade da Califórnia (UC Davis)
e editor da revista acadêmica Biological Psychiatry: Neurociência Cognitiva e
Neuroimagem. "Esses resultados sugerem que as conexões entre o circuito
regulatório emocional do cérebro podem demonstrar propensão de um indivíduo
para raiva e agressão."
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