Prática da TCC nos casos de TOD

Um dos tipos de terapia mais recomendados para o tratamento do transtorno de oposição desafiante é a terapia cognitivo-comportamental (TCC). Nesse caso, o psicólogo trabalha para que o paciente desenvolva maior autoconhecimento e autocontrole.

Além disso, o terapeuta cognitivo-comportamental atua para a mudança da visão do sujeito sobre o mundo e os acontecimentos, o ajudando diretamente com o sentimento de frustração e com a baixa autoestima.

As técnicas de acesso utilizadas na TCC têm como função melhorar a qualidade de vida do paciente, potencializando suas funções preservadas e estimulando novas habilidades. Elas visam a trabalhar não somente aspectos cognitivos, mas também aspectos emocionais e comportamentais.

Na terapia cognitivo-comportamental para o transtorno de oposição desafiante, é necessário trabalhar o treinamento cognitivo em autoinstrução, automonitoramento dos sintomas e estratégias de conscientização do próprio comportamento, autoavaliação, autocontrole, reestruturação cognitiva e prevenção de recaídas.

Uma das técnicas da TCC utilizadas no tratamento do TOD é a psicoeducação. Trata-se de uma ferramenta inicial que tem como objetivo ajudar pacientes e familiares a compreenderem os sintomas e os prejuízos do transtorno, desfazendo rótulos prévios que frequentemente o acompanham.

Nesse sentido, a psicoeducação também melhora a autoestima dos pacientes e ajuda os familiares a implementarem estratégias aprendidas para lidar com as dificuldades.

A terapia cognitivo-comportamental no tratamento do transtorno de oposição desafiante também engloba a reestruturação cognitiva, pois crianças e adolescentes com TOD geralmente têm baixa autoestima por acreditarem que são um problema para todos.

Tais pensamentos disfuncionais geralmente se devem ao fato de serem xingados e rotulados como desrespeitosos por brigarem demais e não obedecer, o que tem a ver com seus comportamentos impulsivos, desafiadores e opositores.

As modificações em seus pensamentos disfuncionais e sistemas de crenças fazem com que essas crianças e esses adolescentes sejam capazes de monitorar, identificar e readequar seus comportamentos disfuncionais.

Por sua vez, o treino de resolução de problemas busca mostrar ao paciente como identificar claramente o problema, como imaginar possíveis soluções e como escolher a que mais lhe parecer adequada.

Esse treino é muito eficaz para o tratamento psicológico de crianças e adolescentes com TOD, pois ajuda a aumentar o nível de tolerância à frustração e a diminuir a ansiedade diante da expectativa de resolução de um problema.

Com o intuito de abordar pensamentos, emoções e comportamentos disfuncionais presentes no quadro, o “Baralho do transtorno de oposição desafiante: psicoeducando e monitorando o TOD” é uma ferramenta com a qual a criança e o adolescente podem ser psicoeducados de maneira lúdica e interativa sobre os principais sintomas, as dificuldades e os comportamentos disfuncionais desse transtorno.

De autoria das psicólogas Luciana Tisser e Marianna Leão Soares e publicado pela Sinopsys Editora, o baralho também pode ser utilizado na psicoeducação dos pais, para que compreendam melhor os sintomas de seus filhos.

O recurso terapêutico tem como público-alvo psicólogos e clínicos que trabalham com pacientes nas faixas etárias que vão dos 4 aos 17 anos.