Uso do remédio na infância: em que casos é indicado?
30 de Abril de 2025
A saúde mental afeta diretamente o desenvolvimento emocional, social e acadêmico das crianças, tornando essencial a identificação precoce de transtornos e a adoção de estratégias eficazes para enfrentá-los. Nesse contexto, o uso de remédio pode desempenhar um papel fundamental, especialmente em casos nos quais os sintomas são intensos ou não respondem de forma satisfatória às terapias não farmacológicas.
Medicamentos, como os antidepressivos (principalmente os inibidores seletivos da recaptação de serotonina), os estimulantes – no caso do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) –, e os antipsicóticos para distúrbios comportamentais mais graves, têm se mostrado eficazes. Eles podem aliviar sintomas debilitantes, melhorar o funcionamento da criança no cotidiano e ajudar a controlar comportamentos disruptivos.
No entanto, o uso de medicamentos na infância precisa ser individualizado, levando em consideração a idade, o histórico clínico e as necessidades específicas de cada paciente. O acompanhamento médico constante é fundamental para ajustar as dosagens, monitorar possíveis efeitos colaterais e avaliar a eficácia do tratamento.
Psicoterapia
Embora útil, a medicação não deve ser vista como a única solução. O tratamento farmacológico precisa ser sempre integrado com outras formas de apoio, sendo a psicoterapia um componente central na maioria dos casos.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, tem se mostrado eficaz no tratamento de transtornos de ansiedade, obsessivo-compulsivo (TOC) e TDAH, proporcionando às crianças ferramentas cognitivas e comportamentais para lidarem com suas emoções e situações de estresse de forma mais saudável.
Além disso, a colaboração com a família, a escola e outros membros da rede de apoio é essencial para criar um ambiente que favoreça o desenvolvimento emocional e social na infância.
Ferramenta
As histórias de Maria, Theo e Bia, contadas pela psicóloga Mel no livro ‘Por que o psiquiatra me receitou remédio?’, têm o objetivo de auxiliar na psicoeducação das crianças e de seus responsáveis sobre a importância, em determinados casos, da medicação e do acompanhamento do psiquiatra paralelamente à psicoterapia.
A obra, de autoria da psicóloga Sandra Roberta Rodrigues de Lima e publicada pela Sinopsys Editora, explica como funciona o cérebro em casos de ansiedade, TDAH e desregulação emocional e como o medicamento pode contribuir na intervenção multidisciplinar. É destinada aos usos clínico e familiar com o público infantil a partir dos 8 anos.