Presença de trauma no início da vida pode deixar uma marca no cérebro.
15 de Março de 2013
É de grande conhecimento, através de diversos estudos, que adultos agressivos e violentos frequentemente passaram por algum tipo de trauma durante a infância ou adolescência. Alguns deles apresentam diferenças físicas visíveis referente a isso. Porém declarar, efetivamente, quais mudanças neurológicas o trauma deixou era muito difícil, até o estudo realizado pela Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne.
Estudo publicado na edição de janeiro do Translational Psychiatry, liderado pela professora Carmem Sandi demonstrou, pela primeira vez, correlação entre um trauma psicológico na pré adolescência de ratos, com mudanças neurológicas similares às encontradas em adultos violentos.
Sandi afirma: "Esta descoberta demonstra que além do mal psicológico, que um trauma pode causar, ele também gera mudanças neurológicas no cérebro do sujeito". Os ratos da pesquisa foram submetidos a eventos estressores quando jovens e depois foi observado que os ratos que passaram por estas situações desenvolveram comportamentos agressivos quando adultos, e então eles examinaram os cérebros para saber o que de fato as situações traumáticas haviam deixado marcas.
Os resultados demonstraram que os ratos submetidos ao trauma possuíam baixa ativação do córtex orbito frontal, que é responsável por moderar os impulsos negativos. Isso veio associado também com uma alta ativação da amigdala, parte do cérebro diretamente ligada as emoções.