Saiba mais sobre fobias específicas e como a Psicologia pode ajudar
18 de Outubro de 2021
Fobias específicas consistem em medos persistentes, irracionais e intensos de situações, circunstâncias ou objetos em particular. Tais situações ou objetos são geralmente evitados quando possível, mas, caso a exposição ocorra, a ansiedade se desenvolve rapidamente e pode se intensificar até chegar ao ataque de pânico.
O medo é uma emoção normal importante, um mecanismo de proteção que faz os seres humanos e outros animais evitarem situações de risco real e garantirem sua sobrevivência. É gerado com base justificada, ocorrendo de forma transitória e sem causar sérios dados às pessoas.
Consequência da liberação de hormônios como a adrenalina, que causa imediata aceleração dos batimentos cardíacos, o medo é uma resposta do organismo a uma estimulação aversiva, física ou mental cuja função é preparar o sujeito para uma possível luta ou fuga.
Em alguns casos, no entanto, o organismo reage de forma desproporcional ao medo, fazendo com que esse estado de alerta, benéfico em vários momentos da vida, transforme-se em um estado patológico, a fobia.
Nesse caso, o medo não prepara o indivíduo para decidir entre lutar ou fugir, ele o paralisa, impedindo que se relacione com a situação ou o objeto de seu medo.
As fobias específicas são, portanto, uma antecipação do medo ou da ansiedade. Sua característica mais importante é o comprometimento da relação que a pessoa estabelece com o mundo que a cerca.
ACROFOBIA
Milhares de fobias específicas já foram descritas, classificadas e documentadas, mas algumas delas são mais comuns. Entre elas, está a acrofobia, caracterizada pelo medo irracional de altura. Pode ser causada por diversos fatores, como instinto de sobrevivência exacerbado e experiências traumáticas.
Os indivíduos que sofrem de acrofobia costumam apresentar sintomas físicos e emocionais intensos quando estão em locais altos, como vertigem, tremor e pânico. Nos quadros mais graves, o acrofóbico não consegue subir escadas, morar em prédios, entrar em elevadores ou dirigir sobre pontes.
COULROFOBIA
Outra das fobias específicas mais comuns é a coulrofobia, o medo irracional de palhaços. Na maioria dos casos, se deve a experiências traumáticas na infância. Embora sejam coloridas e alegres, essas criaturas típicas do circo podem se transformar no pior pesadelo de crianças e também de adultos.
As expressões faciais desconhecidas e os gestos exagerados dos palhaços são alguns dos atributos que causam pânico em quem sofre desse transtorno de ansiedade. Além disso, muitos filmes e seriados de terror têm o palhaço como protagonista, o que contribui para o medo exagerado.
ZOOFOBIA
Já a zoofobia, também conhecida como fobia animal, é caracterizada por ser um tipo de fobia específica para determinados animais. Na maioria dos casos, tem seu surgimento na primeira infância, através de experiências negativas com bichos.
O quadro acarreta um medo irracional, o que faz com a pessoa evite conviver com animais não humanos. Em casos mais graves, apenas imaginar estar com eles desencadeia os sintomas.
O nível de extensão da zoofobia está diretamente relacionado com as características do animal, que vão desde o tamanho, até a agressividade.
Os sintomas surgem quando ocorre a proximidade ou ao pensar no bicho. São eles: tonturas, desmaio, taquicardia, falta de ar, respiração acelerada, sudorese, tremores e congelamento de movimentos, ou seja, a pessoa permanece estática no mesmo lugar.
COMO TRATAR
As fobias específicas são transtornos mentais incapacitantes que devem ser tratados por profissionais da saúde mental a fim de trazer mais qualidade de vida ao indivíduo e evitar o desenvolvimento de outros problemas de saúde, como depressão, isolamento social e pensamentos de morte.
O tratamento deve ser iniciado após um diagnóstico minucioso, que abranja aspectos físicos, cognitivos e psicossociais. Essa avaliação clínica detalhada serve como ponto de partida para a escolha das técnicas mais eficazes para atender às necessidades específicas de cada paciente.
Os principais tratamentos para esse tipo de transtorno são os medicamentosos e os psicoterapêuticos, que podem ser indicados pelos profissionais de saúde mental de maneira isolada ou conjunta, dependendo das causas do problema e do grau de incapacitação da pessoa atendida.
ABORDAGENS
Algumas abordagens psicoterapêuticas têm sido eficazes no tratamento de fobias específicas, principalmente a Terapia de Exposição e a Terapia Cognitivo-Comportamental. Essas modalidades baseiam-se na aplicação de técnicas psicológicas para entender as causas do transtorno e fazer com que a pessoa confronte as situações causadoras da ansiedade ou do medo.
As sessões de psicoterapia devem ser regulares para chegar aos objetivos traçados. Nesse processo, o papel do profissional é fazer com que a pessoa compreenda que é possível enfrentar seus medos e temores mais profundos de forma a superar sua fobia e aumentar sua autoestima.
A escolha da psicoterapia mais adequada depende de vários fatores, como evolução do transtorno, sintomas apresentados, histórico clínico e colaboração do paciente atendido. Esse tipo de tratamento visa desde a solução de problemas até a modificação de comportamentos, para que o indivíduo conheça a si mesmo e o mundo ao seu redor.