Saúde da mulher: a importância dos cuidados ao longo da vida

por Tânia Rudnicki*

Manter-se saudável é uma das grandes metas da vida de muitas pessoas, para tal é necessário cuidar e manter a saúde do corpo e da mente. Pequenos cuidados fazem toda a diferença e mantém o indivíduo em equilíbrio por muito mais tempo. 

As mulheres sofrem diversas mudanças físicas e hormonais no decorrer de sua vida e saber lidar com essas transformações pode garantir bem estar em todo ciclo vital. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde não significa ausência de doenças, mas sim, um completo bem-estar físico, mental e social do indivíduo. Desta forma é importante buscar pela prevenção que, como o próprio nome diz, evita o aparecimento de doenças. Cuidar-se ao longo da vida tem como resultado a diminuição de gastos com farmácia, melhora da condição geral, aumento da produtividade e valorização do convívio familiar, principalmente da mulher de mais idade.

Existe ainda um aspecto cultural bastante forte em que as mulheres cuidam da casa, da saúde dos filhos e marido, muitas vezes esquecendo de si mesmas. Conforme a OMS, os problemas de saúde que mais afetam as mulheres atualmente são as doenças cardíacas, seguidas de infecções respiratórias, como pneumonia; e pela doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). O câncer de mama, que muitas vezes é lembrado como o maior vilão da saúde da mulher, aparece em 10º lugar, atrás de problemas como diabetes, hipertensão, entre outros.

Ter conhecimento sobre quais são os cuidados essenciais com a saúde da mulher garantem longevidade, além de uma qualidade de vida melhor. As mulheres adultas necessitam de um olhar integral, assim devem ser avaliadas por profissionais com enfoque nas suas principais características e necessidades, de acordo com a faixa etária, como a área ginecológica, onde se tratam de questões como prevenção do câncer ginecológico, menopausa, infertilidade, entre outros; aspectos relacionados à Fisiatria, como os de motivar o abandono ao sedentarismo, respeitando as características individuais e observando riscos de osteoporose; Nutrição, obesidade, transtornos alimentares e metabólicos; Odontologia, visando avaliar a presença de bruxismo, por exemplo, pois este interfere na qualidade do sono. 

Além destes, o aconselhamento genético, que hoje é uma forma de prevenção para risco familiar no desenvolvimento para determinados tipos de câncer. Finalmente a Psicologia, pois manter a saúde mental é essencial para que a mulher possa viver da melhor forma possível em todos os momentos. Se ela estiver com algum tipo de transtorno, como depressão, ansiedade, insônia e estresse, é importante buscar ajuda especializada. Esses transtornos são muito comuns devido à situação de vulnerabilidade em que as mulheres, muitas vezes, se encontram, como por exemplo, nos casos de violência doméstica, intensa jornada de trabalho e até mesmo por viver numa sociedade que supervaloriza a juventude e a beleza.

 

 

A psicóloga Tânia Rudnicki é Doutora em Psicologia (PUC/RS) e tem Pós-Doutorado em Psicologia da Saúde no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA/PT) e no William James Center for Research​ (WJCR/Portugal), onde também é Pesquisadora Associada. Mestre e Especialista em Psicologia Clínica, é diretora do Itepsa - Instituto de Terapia Cognitiva em Saúde e Terapeuta Certificado pela FBTC. Pela Sinopsys Editora, é organizadora dos livros Ciclo de vida da mulher: intervenção cognitivo-comportamental na saúde e na doença e Psicologia da saúde: a prática de terapia cognitivo-comportamental em hospital geral.