Tarefas terapêuticas em Psicologia: quais as mais utilizadas?
24 de Junho de 2021
As tarefas terapêuticas ou tarefas de casa são mais frequentemente incorporadas na Terapia Cognitivo-Comportamental, podendo fazer parte de todos as etapas do tratamento. O objetivo é levar para o dia a dia do paciente as reflexões ou atividades que ajudem a alcançar os objetivos propostos.
As prescrições das tarefas terapêuticas não requerem uma fórmula específica, mas devem passar pelos processos de ativação comportamental, monitoramento do pensamento automático, avaliação e respostas aos pensamentos automáticos, solução de problemas, habilidades comportamentais, experimentos comportamentais, biblioterapia e preparação para a próxima sessão.
PSICOEDUCAÇÃO
No processo psicoterapêutico com a TCC, as tarefas terapêuticas mais utilizadas incluem a psicoeducação. Nesse caso, o terapeuta normalmente fornece ou sugere materiais psicoeducacionais para o paciente ler em casa. O objetivo é ensiná-lo sobre a origem dos problemas apresentados em sessão e sobre a abordagem do tratamento.
No caso de atendimento de crianças ou adolescentes, por exemplo, o terapeuta pode fornecer alguns textos para que os pais ou outros responsáveis leiam sobre os princípios básicos do comportamento aplicados à educação dos filhos.
A psicoeducação, portanto, é eficaz para nortear tanto o paciente quanto sua família sobre diagnósticos e sintomas e sobre o próprio tratamento. Ela facilita processos de mudança, de aceitação ou melhora do indivíduo.
REGISTRO DIÁRIO
Também entre as tarefas terapêuticas utilizadas no processo psicoterapêutico da TCC, está o Registro Diário de Pensamentos Disfuncionais, destinado a identificar e contestar pensamentos automáticos disfuncionais.
Um dos principais objetivos de um RDPD é ajudar o paciente a obter maior conhecimento sobre o que está motivando sentimentos negativos, como de baixa autoestima e ansiedade, bem como comportamentos improdutivos.
Outro objetivo é contestar pensamento negativos e tendenciosos. É comum o paciente não saber por que se sente mal ou está desmotivado por exemplo. Com a ajuda dos registros, ele pode identificar erros de raciocínio que alimentam o seu desconforto emocional.
Dessa forma, pensamentos tendenciosos e distorcidos são analisados objetivamente, o que possibilita a resolução de problemas com mais confiança e a adoção de uma atitude mais produtiva.
HABILIDADES
Entre as habilidades que o paciente pode aprender a treinar em sua vida cotidiana por meio das tarefas terapêuticas, também estão as estratégias de regulação emocional. São exemplos o manejo do estresse, as intervenções baseadas na aceitação, a reestruturação cognitiva e a mindfullness ou atenção plena.
No caso da atenção plena, o paciente pode ser solicitado a praticar em sua semana alguns exercícios de meditação que, em geral, têm como função ensiná-lo a prestar atenção ao momento presente e à experiência imediata.
PLANEJAMENTO
Em qualquer uma das situações, é fundamental que o terapeuta planeje as tarefas terapêuticas de modo que elas facilitem progressos durante o tratamento. Isso quer dizer que o profissional pode elaborar metas graduais, começando com a solicitação de comportamentos mais simples e prováveis de serem reforçados ao serem executados e passando para comportamentos gradualmente mais complexos.
Também é importante que o terapeuta cobre e fale com o paciente sobre as tarefas na sessão subsequente à execução, salientando os efeitos reforçadores do comportamento alternativo, tornando mais provável que ele volte a ser emitido em outros momentos do cotidiano do indivíduo.