TDAH como identificar?
11 de Março de 2021
O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) tem como sintomas agitação motora, impulsividade e dificuldade de manter o foco.
Logo, tais atitudes nem sempre são características do temperamento, da personalidade ou da má educação de uma pessoa.
Embora ainda estigmatizado, o TDAH é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados.
Afeta 3% a 5% desses pacientes em todo mundo. Em mais da metade dos casos, acompanha o indivíduo na vida adulta.
CAUSAS
As causas do TDAH ainda não são totalmente conhecidas, mas especialistas admitem que existe predisposição genética e que a doença resulta de um atraso no neurodesenvolvimento, comprometendo regiões cerebrais importantes, como as responsáveis por emoções, motivação e sistema de recompensa.
Estudos científicos mostram que portadores do TDAH têm alterações na região frontal orbital do cérebro no que diz respeito ao funcionamento dos neurotransmissores, principalmente dopamina e noradrenalina, que transmitem informações entre os neurônios.
A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável por controlar ou inibir comportamentos inadequados, bem como pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
REFLEXOS
O TDAH, portanto, não é um rótulo para quem tem comportamento difícil ou falhas na educação. Muito menos diz respeito ao potencial psicopedagógico dos portadores.
Mesmo assim, os reflexos no convívio social e familiar e no desempenho escolar ou profissional, normalmente, são negativos. Isso porque os portadores do TDAH têm enorme dificuldade para organizar as atividades do dia a dia, manter horários e planejar o futuro.
Quando predomina a desatenção, eles apresentam dificuldade maior de concentração, de organização, de seguir instruções e podem passar de uma tarefa inacabada para outra sem nunca terminar o que começaram. São pessoas que se distraem com facilidade e frequentemente esquecem o que tinham para fazer ou onde colocaram seus pertences.
Nos casos em que prevalece a hiperatividade, os portadores do TDAH são inquietos, agitados e falam muito. Dificilmente conseguem participar de atividades sedentárias e manter silêncio durante as brincadeiras ou execução de tarefas.
Se é a impulsividade que se destaca, os sinais mais marcantes são a impaciência, o agir sem pensar, a dificuldade para ouvir as perguntas até o fim, a precipitação para falar e a intromissão nos assuntos, conversas e atividades alheias.
Na adolescência e na vida adulta, os sintomas de hiperatividade costumam ser menos evidentes, mas as outras dificuldades permanecem inalteradas e os prejuízos se acumulam no dia a dia com reflexos negativos sobre a autoestima.
DIAGNÓSTICO
O TDAH é conhecido há um século e, ao longo das últimas décadas, foi incluído na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana.
Com base nos critérios estabelecidos por ambas, o diagnóstico da doença, seja na criança, no adolescente ou adulto, deve ser feito por meio de uma avaliação clínica minuciosa com um profissional médico habilitado.
O tratamento pode envolver abordagens psicológica, psicopedagógica e medicamentosa. Um acompanhamento multidisciplinar é importante. Os pais também podem estimular seus filhos com brincadeiras e jogos que exigem concentração e atenção, como quebra-cabeça, memória e tabuleiro.