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Terapia Cognitivo-Comportamental para Transtorno de Ansiedade Social pode alterar a atividade cerebral

15 de Março de 2016


O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) é uma das doenças mentais mais comuns em todo o mundo, e os profissionais de saúde ainda se esforçam para encontrar uma forma universal de tratamento que seja eficaz. Contudo, de acordo com uma nova pesquisa publicada na Translational Psychiatry, os profissionais podem estar no caminho certo com a Terapia Cognitivo-Comportamental  (TCC).

Investigações anteriores sugerem que a TCC pode causar alterações neurobiológicas em pacientes com transtorno de ansiedade, com estudos de neuroimagem em animais e humanos que mostram "múltiplas facetas da plasticidade [que se manifestam como] as mudanças estruturais induzidas pelo ambiente, aprendizagem, comportamento e emoções." Pesquisadores suecos decidiram levar essa ideia um passo adiante, investigando a relação potencial entre TCC online e o volume de atividade do cérebro. Os indicadores disseram que as alterações neurobiológicas são indicativas de uma terapia eficaz.

Cinquenta e dois participantes foram recrutados para o estudo, dos quais 26 tinham um diagnóstico primário de TAS. Os participantes com TAS ou foram tratados com TCC online durante nove semanas ou modificação do viés de atenção online, duas vezes por semana durante quatro semanas, antes de serem submetidos à ressonância magnética. A modificação do viés de atenção online "é uma intervenção assistida por computador destinada a melhorar uma polarização cognitiva de detecção de ameaça que caracteriza o TAS", que tem mostrado ligeira promessa no passado. Os participantes que não possuem TAS só foram submetidos a uma avaliação de ressonância magnética.

Dados de imagem cerebral revelaram que os participantes com TAS responderam mais positivamente à TCC online que à modificação do viés de atenção online, com o tratamento anterior causando a diminuição do volume do cérebro e da atividade na amígdala. Esta região particular do cérebro é associada frequentemente com  medo e emoção.

No geral, os pesquisadores demonstraram que usar a TCC para tratar a ansiedade social "inter-relacionou plasticidade estrutural e alterou a responsividade neural dentro da amígdala."

"Quanto maior a melhoria que vimos em pacientes, menor era o tamanho de sua amígdala. O estudo também sugere que a redução do volume impulsiona a redução na atividade cerebral", disse o estudante de doutorado, Kristoffer NT Mansson, em um comunicado de imprensa. Mansson liderou o estudo, ao lado de Linkoping, do colega Gerhard Andresson e pesquisadores do Karolinska Institutet, da Universidade Uppsala, da Universidade de Umea e da Universidade de Estocolmo.
Mansson diz que o estudo é único no sentido de que ele investiga duas diferentes mudanças pós-tratamento: volume cerebral e atividade cerebral. E, embora o estudo não englobe muitos pacientes, Mansson conta que os resultados do estudo fornecem "algum conhecimento importante" sobre a relação entre alterações neurobiológicas induzidas com a TCC e sintomas de ansiedade social.

"Vários estudos têm relatado que certas áreas do cérebro são diferentes entre pacientes com e sem transtornos de ansiedade", disse Mansson. "Nós mostramos que os pacientes podem melhorar em nove semanas - e que isso leva a diferenças estruturais em seus cérebros", complementa.

Os investigadores acreditam que este é o primeiro passo de um empreendimento maior para a criação de um tratamento melhor em saúde mental. Em seguida, eles planejam recrutar mais pessoas com TAS, a fim de ver se essas mudanças neurobiológicas podem ser aplicadas em maior escala. E, desta vez, os pesquisadores esperam ser capazes de identificar quando, exatamente, o volume do cérebro ea atividade começa a mudar durante a TCC online.


REFERÊNCIA: Mansson K, Salami A, Frick A, Carlbring P, Andersson L, Furmark T, et al.Neuroplasticidade em resposta àTerapia Cognitivo-Comportamental para Transtorno de Ansiedade Social. TranslationalPsychiatry. 2016.

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Tags

Transtornos de ansiedade social, Saúde mental, Tratamento, Profissionais da saúde, Terapia Cognitivo-Comportamental

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