Terapia do esquema e a inibição emocional
19 de Setembro de 2022
Segundo a terapia do esquema (TE), o esquema de inibição emocional surge a partir de infâncias reprimidas, em que não se tinha o devido espaço para expressar conteúdos emocionais adequadamente.
Indivíduos com o esquema de inibição emocional estão frequentemente buscando estar no controle e operam na racionalidade, não demonstrando muitas emoções e necessidades, tudo isso para evitar desaprovação, vergonha e/ou machucar os outros.
Negligenciar as emoções e as necessidades faz com que eles geralmente sejam muito fechados, com dificuldades acentuadas para se conectarem com os outros, o que se torna um desafio da relação terapêutica, visto que geralmente se abrem pouco e adotam uma postura superficial ao longo da sessão.
Pacientes com esse tipo de esquema inicial desadaptativo (EID) costumam ser reconhecidos pelos terapeutas por falas do tipo “está tudo bem sempre, não aconteceu nada na minha semana” e respostas curtas e pouco emocionais para temas profundos.
A meta da psicoterapia, portanto, consiste em superar essas barreiras e conseguir acessar o lado vulnerável e emocional do sujeito.
TÉCNICAS
As técnicas da terapia do esquema elaboradas para o trabalho com pessoas com o esquema de inibição emocional são: meu espaço; autoexpressão; o que eu preciso dizer; duelo razão versus emoção; fazendo as pazes com as emoções; aproveitando eventos agradáveis.
Englobam, ainda: ultrapassando os modos protetor desligado e protetor autoaliviador; cadeiras, diálogo e expressividade emocional; comportamentos que tenho na sessão; permitindo-me viver o não controle; e cartão de enfrentamento para me permitir sentir.
Ao trabalhar com o EID de inibição emocional, sugere-se que o psicoterapeuta estimule o paciente a expressar seus sentimentos, considerando a importância do desenvolvimento da espontaneidade.
É muito importante que, durante as intervenções, o profissional se atente para respostas muito superficiais ou racionais por parte do indivíduo, visto que muitas técnicas têm como foco o desenvolvimento do reconhecimento dos sentimentos e de sua expressão como parte legítima da condição humana.
LANÇAMENTO
Lançado recentemente pela Sinopsys Editora, o “Manual de técnicas em terapia do esquema”, de autoria da psicóloga Natanna Taynara Schütz, propõe 198 técnicas diretas para o trabalho com os 18 EIDs, além de inúmeras estratégias, sugestões de tarefas de casa e orientações baseadas em intervenções cognitivas, vivenciais/emocionais, comportamentais e interpessoais.
Na elaboração de cada uma das técnicas e estratégias terapêuticas, foram considerados também conhecimentos advindos de outras linhas de psicoterapia da terceira onda em razão do caráter integrativo que vem se mostrando cada vez mais apropriado.
Além disso, foram utilizados conceitos e estratégias voltados para o trabalho com os esquemas iniciais adaptativos, que estão ganhando destaque na terapia do esquema em função do equilíbrio necessário entre os fatores negativos e positivos envolvidos na vida das pessoas, os quais, quando trabalhados paralelamente, podem ser ainda mais eficientes.
Dessa forma, a obra visa a contribuir com ferramentas atualizadas para as intervenções psicoterapêuticas, auxiliando na atuação dos profissionais da área.