Terapia do esquema e a privação emocional
21 de Setembro de 2022
Conforme a terapia do esquema (TE), o esquema de privação emocional tem sua base na frieza emocional, especialmente quando recebida das pessoas mais encarregadas de oferecer amor e amparo.
Pessoas com privação emocional costumam desacreditar na capacidade dos outros de lhes fornecerem amor, atenção e demais afetos.
Para elas, é como se os outros nunca fossem compreender suas necessidades, inviabilizando receberem deles apoio e direcionamento.
Devido a essa visão, acabam por se fechar emocionalmente, mantendo relações distantes e pouco profundas com os demais, o que só vai confirmando a impossibilidade de serem compreendidas e sentirem conexões mais profundas.
Nesse contexto, a terapia do esquema considera muito importante revisitar as origens desse desenvolvimento emocional insatisfatório a fim de clarificar os motivos da privação.
TÉCNICAS
As técnicas da TE elaboradas para o trabalho com indivíduos com o esquema de privação emocional são: conectando-me com a minha criança; o que faltou; clarificando minhas necessidades emocionais; minhas histórias emocionais; percebendo minhas sensações físicas ligadas às emoções; consciência das minhas emoções atuais.
Englobam, ainda: automonitoramento do meu esquema de privação emocional; diálogo mental com quem infringiu meus direitos; cuidados com minha privação emocional; a vida que eu quero (e mereço) e por que me conectar com as pessoas.
Tais técnicas da terapia do esquema são embasadas na lógica de evidenciar que é possível receber amor e afeto das pessoas, que nem todas as relações são frias. E a relação terapêutica pode ser um excelente modelo para isso.
Ao trabalhar com o esquema inicial desadaptativo (EID) de privação emocional, sugere-se que o psicoterapeuta mantenha uma postura e um ambiente terapêutico de carinho, cuidado, empatia e orientação, considerando os déficits do recebimento desses elementos na vida do paciente.
LITERATURA
Lançado recentemente pela Sinopsys Editora, o “Manual de técnicas em terapia do esquema”, de autoria da psicóloga Natanna Taynara Schütz, propõe 198 técnicas diretas para o trabalho com os 18 EIDs, além de inúmeras estratégias, sugestões de tarefas de casa e orientações baseadas em intervenções cognitivas, vivenciais/emocionais, comportamentais e interpessoais.
Na elaboração de cada uma das técnicas e estratégias terapêuticas, foram considerados também conhecimentos advindos de outras linhas de psicoterapia da terceira onda em razão do caráter integrativo que vem se mostrando cada vez mais apropriado.
Além disso, foram utilizados conceitos e estratégias voltados para o trabalho com os esquemas iniciais adaptativos, que estão ganhando destaque na terapia do esquema em função do equilíbrio necessário entre os fatores negativos e positivos envolvidos na vida das pessoas, os quais, quando trabalhados paralelamente, podem ser ainda mais eficientes.
Dessa forma, a obra visa a contribuir com ferramentas atualizadas para as intervenções psicoterapêuticas, auxiliando na atuação dos profissionais da área.