Transtornos Alimentares: psicoterapia como estratégia de tratamento
29 de Setembro de 2021
O tratamento dos Transtornos Alimentares deve ser iniciado o quando antes, porque tais patologias não tendem a regredir sozinhas. Pelo contrário: com o passar do tempo, os sintomas aumentam, juntamente com a perda de controle da situação, fazendo com que a doença se agrave.
Pela especificidade dos distúrbios e pela inter-relação entre eles, o diagnóstico cabe a um profissional da saúde habilitado, como um psicólogo, psiquiatra ou endocrinologista. Também é necessário levar em consideração todos os sintomas, sua frequência e há quanto tempo vêm se manifestando.
O tipo de tratamento a ser adotado depende do transtorno alimentar, de uma investigação clínica individual e da gravidade do quadro. Mas, em geral, por sua origem multifatorial, a intervenção é multidisciplinar, incluindo psicoterapia, educação nutricional e medicamentos.
DIFICULDADES EMOCIONAIS
O ato de comer é sempre mediado por questões emocionais e cognitivas que remetem a crenças, memórias, sensações, afetos e também expectativas. Sabe-se que, nos pacientes com Transtornos Alimentares, os comportamentos de restrição e compulsão alimentar costumam funcionar como respostas às dificuldades emocionais.
Por esses motivos, o psicólogo precisa estar sempre presente em uma equipe multidisciplinar destinada a cuidar de pessoas com tais patologias. Cabe a ele ajudar o paciente a entender e rever os aspectos envolvidos no contexto da alimentação.
A psicoterapia, portanto, auxilia os indivíduos com Transtornos Alimentares a modificarem seu relacionamento com a comida e com o corpo e a criarem mudanças duradouras que permitem uma vida mais saudável e plena.
O papel do psicólogo é indispensável e compreende auxiliar o paciente a mudar pensamentos e comportamentos disfuncionais em relação à alimentação e ao seu corpo, além de promover uma melhora da autoestima, que costuma estar extremamente prejudicada nesses casos.
Sem a intervenção psicológica, não há a superação dos fatores que levaram ao desenvolvimento dos Transtornos Alimentares. E ocorre menor adesão ao tratamento.
TRABALHO CONJUNTO
Na psicoterapia, terapeuta e paciente trabalham juntos. São usados métodos e técnicas que trazem como benefícios diminuição dos sintomas, maior controle de ansiedade, maior autocontrole, menos sentimento de culpa, desenvolvimento de estratégias para lidar com as crises e mudar a relação com a alimentação e o corpo.
Cabe ao psicólogo desde o foco nos processos de motivação e engajamento do indivíduo para o tratamento, até a intervenção nos aspectos psicológicos mantenedores das patologias.
Outra frente de atuação do terapeuta nos quadros de Transtornos Alimentares refere-se ao trabalho junto aos familiares, que também precisam de apoio e orientação.
Isso porque, após anos de convívio com a doença, muitas vezes sentem-se culpados e já se adaptaram aos rituais alimentares disfuncionais dos pacientes e se envolveram em dinâmicas que mantêm os distúrbios.