Conheça os fatores associados à violência contra a pessoa idosa - Sinopsys Editora
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Conheça os fatores associados à violência contra a pessoa idosa

Conheça os fatores associados à violência contra a pessoa idosa

11 de Junho de 2021

A violência contra a pessoa idosa é um problema de complexa administração, exercendo grande embate sobre sistemas de saúde, justiça criminal e atendimento social. Identificar seus fatores associados, portanto, é de fundamental importância para a prevenção por meio de ações que diminuam os riscos e de proteção à essa população.

Estudos sobre o tema apontam que a violência contra o idoso apresenta-se como um fenômeno multifatorial, tendo como principais fatores associados idade, sexo, estado civil, nível de educação, renda, arranjo familiar, relação familiar, suporte social, solidão, transtorno mental, depressão e dependência para atividades do cotidiano.

Por isso, o problema não pode ser avaliado de forma parcial ou unidimensional. É preciso levar em consideração suas diversas dimensões e entender que há uma interdependência entre os fatores associados.

DENTRO DE CASA

A maioria das queixas relacionadas à violência contra a pessoa idosa tem os parentes como autores. Noventa por cento dos casos ocorrem dentro de casa, sendo dois terços dos agressores filhos homens, noras, genros e cônjuges.

Nesse cenário, ter renda mais baixa é fator de risco para todos os tipos de violência contra os idosos. Também contribuem para a maior vulnerabilidade da pessoa idosa seu agressor viver na mesma casa e existirem relações de dependência financeira entre pais e filhos.

O ambiente de pouca comunicação, pouco afeto e vínculos fracos são outros fatores associados, assim como o isolamento social da família e da pessoa idosa e haver história de violência doméstica, inclusive o cuidador ter sido vítima.

Mais um importante fator associado é a sobrecarga de trabalho que a idade avançada do idoso pode gerar aos seus cuidadores, principalmente quando o indivíduo possui dependência para as atividades da vida diária (AVD) e as atividades instrumentais da vida diária (AIVD).

Pesquisas ainda pontam que ser mulher também está entre os fatores associados à violência contra a pessoa idosa. Estimativas globais inclusive indicam que 30% das idosas que já tiveram um parceiro foram vítimas de violência física e/ou sexual em algum momento da vida.

Por sua vez, ser idoso longevo apresenta-se como fator associado à autonegligência e como proteção para negligência, violência verbal, psicológica, financeira e física. Tal achado, no entanto, pode ser devido à dificuldade para a notificação da violência, já que os agressores geralmente são os cuidadores ou pessoas próximas.

TRANSTORNOS MENTAIS


A presença de qualquer tipo de transtorno mental também está entre os fatores associados à violência contra a pessoa idosa.

Pesquisas apontam que 50% dos abusadores têm problemas com bebida alcoólica, que agressores físicos e emocionais usam álcool e drogas numa proporção três vezes maior que não abusadores e que a presença de depressão ou outros sintomas psiquiátricos está associada à transformação do cuidador em maltratante e abusador.

Por outro lado, o idoso vítima de violência pode apresentar algum quadro de transtorno psiquiátrico, o que contribui para sua maior vulnerabilidade, por ser dependente de seus cuidadores. Além disso, idosos com algum distúrbio mental ou demência podem ser violentos com os cuidadores, resultando em violência recíproca.

O idoso ter o diagnóstico de depressão também está entre os fatores associados à violência. Entretanto, como a maioria dos estudos existentes sobre o tema é transversal e não vê causalidade, não há como definir se os idosos sofrem mais violência por serem depressivos ou se são depressivos como consequência da violência sofrida.

CONSEQUÊNCIAS


Pesquisas, no entanto, comprovam as influências da violência no aumento de doenças na terceira idade e o surgimento de transtornos mentais, evidenciando a compreensão de que processos violentos deterioram a qualidade de vida das pessoas.

Idosos submetidos a situações crônicas de violência apresentam uma diminuição gradual de suas defesas físicas e psicológicas que se traduz em doenças psicossomáticas, fuga da realidade, agitação, fadiga, diminuição do rendimento e falta de concentração.

Também como consequência dos maus-tratos, os idosos passam a ter depressão, sentir alienação, culpa, angústia, apresentar desordem pós-traumática, fazer uso abusivo de fumo, álcool e drogas ilícitas e até mesmo tentar suicídio. Com receio de represálias e abandono, muitos negam as ocorrências e situações que os vitimam, passando a viver em desesperança.

Além de contribuírem para o surgimento de transtornos mentais, os efeitos da violência na saúde física da pessoa idosa incluem comportamento sexual de alto risco e uma série de doenças crônicas e infecciosas que pode levar à morte.

Estudos revelam que, na terceira idade, as pessoas que são vitimadas por maus-tratos apresentam uma taxa de mortalidade muito mais elevada do que a dos idosos que não sofreram abuso.
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Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, Rede Internacional de Prevenção ao Abuso de Idosos, INPEA

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