Psicologia contribui no combate à violência contra idosos
11 de Junho de 2021
A Psicologia tem um importante papel no combate à violência contra a pessoa idosa. O acolhimento, a compreensão e a orientação de vítimas e agressores são fundamentais para a promoção da harmonia familiar, estimulando uma postura de solidariedade como forma de reconhecimento de quanto cada geração contribui com a outra.
Pesquisas revelam que há falta de preparação dos agressores para o envelhecimento dos pais e demais parentes. Nesse sentido, é fundamental que os psicólogos contribuam para implementar campanhas de esclarecimento nas escolas, desde o ensino fundamental, assim como nas famílias, comunidades e mídias para que o processo de envelhecimento seja melhor conhecido.
No entanto a violência contra a pessoa idosa é complexa, podendo depender de outros fatores para sua eclosão. De toda forma, se trata de uma resposta a uma situação ou mesmo um comportamento que pode até partir do próprio idoso.
Portanto é importante refletir não só sobre a atitude do agressor, mas, ainda, sobre a atitude do agredido e examinar todos os ângulos da questão, pois nem sempre o idoso é somente vítima, podendo também ser o agressor.
Por isso, a intervenção precisa contemplar e acolher também o agressor, para que ele tenha a oportunidade de ressignificar seu ato de violência e contribuir para o restabelecimento do equilíbrio na relação.
PSICOEDUCAÇÃO
Nesse sentido, a psicoeducação, que relaciona instrumentos psicológicos e pedagógicos, foi originalmente concebida como um conjunto de inúmeros elementos terapêuticos que podem ser utilizados em uma intervenção terapêutica familiar que visa o combate à violência contra a pessoa idosa.
Consiste na habilidade da comunicação didática, sendo essencial a transmissão do conhecimento e de informações.
O foco primário está em temas psicológicos que visam ao desenvolvimento de habilidades e estratégias de enfrentamento. E suas metas são educacionais e de prevenção e/ou promoção da saúde psicológica.
Tal intervenção auxilia no gerenciamento de sentimentos como desespero, medo e baixa autoestima e aumenta o funcionamento social. Pode, portanto, ser utilizada para prevenção do comportamento violento.
Parte do pressuposto de que as cognições gerenciam as emoções e os comportamentos, ou seja, o componente cognitivo precede o componente afetivo, uma vez que ocorre transferência de informação e de descarga emocional.
A partir da intervenção, consta-se aumento do uso de estratégias de enfrentamento, diminuição de pensamentos disfuncionais, melhora da autoeficácia e aumento de habilidades para lidar com o idoso.
JUSTIÇA
Outra maneira que a Psicologia pode contribuir no combate à violência contra a pessoa idosa é por meio da Psicologia Jurídica.
A relação existente entre os saberes construídos pela Psicologia, pelo
Direito e pelas práticas judiciárias é antiga, mas ainda pouco conhecida no Brasil.
O psicólogo jurídico pode auxiliar a Justiça como perito, assistente técnico e como mediador de conflitos. Pode, ainda, de forma interdisciplinar, fazer entrevistas, encaminhamentos, visitas domiciliares e elaboração de documentos.
Sua função principal consiste em interpretar a comunicação inconsciente que ocorre na dinâmica familiar e pessoal. E seu objetivo é destacar e analisar os aspectos psicológicos das pessoas envolvidas que digam respeito a questões afetivo-comportamentais da dinâmica familiar e que garantam os direitos e o bem-estar dos envolvidos a fim de auxiliar o juiz na tomada de uma decisão que melhor atenda às necessidades de todos.