A Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health) estabeleceu que 10 de outubro é o Dia Mundial da Saúde Mental, com o objetivo de chamar a atenção pública para o assunto, que ainda é um tabu na sociedade. Por serem tratados desta forma, os transtornos mentais não são vistos como deveriam - uma doença como outra qualquer, segundo o psiquiatra Elie Calfat. Ele destaca que, quando as pessoas os reconhecem dessa forma, é possível vencer o preconceito de se falar sobre o assunto e identificar casos que exijam atenção ao nosso redor.
Todo ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolhe um tema relacionado à saúde mental para direcionar as discussões e ações promovidas. Em 2019, o foco é a prevenção do suicídio, dando continuidade às questões ressaltadas no Setembro Amarelo. O
secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que a saúde mental precisa ser abordada com urgência pois "foi negligenciada por muito tempo", mesmo dizendo respeito a todas as pessoas. Ele salienta que "não devemos permitir que o estigma afaste as pessoas da ajuda de que precisam". Afinal, "não há saúde sem saúde mental".
A cada ano, a proporção de suicídios é responsável globalmente por mais mortes do que a guerra e o homicídio juntos. Dados da OMS dão conta de que em todo o mundo, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio - em média, 800 mil pessoas tiram a própria vida por ano. O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
Quando falamos em saúde mental, é importante ter em mente que ter saúde não é apenas a "ausência de doenças". No prefácio do livro
Prevenção e Promoção em Saúde Mental (2015), as organizadoras reforçam que "antecipar-se ao adoecimento mental e promover bem-estar são, indiscutivelmente, alvos relevantes no cenário nacional". Elas destacam que é de conhecimentos dos profissionais da saúde o aumento de ocorrências de transtornos mentais entre adultos, "com prevalência mais elevada de
transtornos de ansiedade, de humor e somatoformes, em mulheres; e de transtornos associados ao uso de substâncias psicoativas, em homens". (2015, p.30).
Segundo Santos & Siqueira (2010), entre os possíveis fatores desencadeadores de altas taxas de transtornos mentais na população brasileira (incluindo, aqui, crianças, adolescentes e idosos - e não só os adultos) estão:
- condições socioeconômicas deficitárias: desemprego, baixo nível educacional;
- situação civil: divorciado, separado ou viúvo;
- condições precárias de habitação e
- falta de acessibilidade aos bens de consumo.