Educação socioemocional: conjugalidade e parentalidade
24 de Fevereiro de 2023
Na educação socioemocional dos filhos, é preciso levar em conta conjugalidade e parentalidade.
Basta o casal descobrir a gravidez para que o desempenho de novos papéis seja exigido de ambos. A partir disso, entra em cena a dualidade marido e mulher versus pai e mãe, ou seja, parentalidade versus conjugalidade.
A vida conjugal requer o desempenho de papéis específicos: amantes, companheiros, cúmplices, amigos, incentivadores, gerenciadores de finanças, gerenciadores de intersecções entre as famílias de ambos, administradores de moradia etc.
Já a parentalidade se caracteriza por novos papéis a serem exercidos pelos cônjuges, ou seja, pela nova relação que se estabelece entre o casal e a criança, entre a criança e cada um dos componentes do casal e entre o casal, a criança e a comunidade, a escola, as famílias de origem de cada um dos pais, o pediatra, entre outros.
Muitas vezes, um papel se sobrepõe a outro na vida cotidiana. É preciso estar preparado para isso ou, pelo menos, ter em mente que isso ocorrerá. E haja erotismo para querer romance depois de dias maldormidos em razão da primeira virose do bebê, por exemplo.
QUESTÕES PRIMORDIAIS
A conjugalidade pode acabar com uma eventual separação. A parentalidade, por sua vez, não acaba nunca. Nesse ponto, residem questões primordiais.
Uma conjugalidade mal resolvida gera disputa de poder, uso da criança como forma de ataque ao outro, uma espécie de bullying doméstico chamada, nos dias de hoje, de alienação parental, corrosiva a qualquer criança.
Há fatores, no entanto, que interferem positivamente na parentalidade, atuando como fortalecedores, como, por exemplo, respeito entre os pais. Crianças são especialistas em perceber discrepâncias e rupturas entre as posturas e as regras dos adultos.
TOQUE E OLHAR
Outro importante item reforçador da parentalidade e dos saudáveis laços dela derivados é o toque na criança. A ciência demonstra que bebês e crianças precisam sentir amor e proteção transmitidos por meio do toque, do carinho e da proximidade física.
O toque reforça os laços afetivos. Quanto mais os pais se envolvem em cuidados básicos, como trocar fraldas, dar banhos e estar ao lado da criança para reconfortar seu choro, mais aumenta o apego bilateral por parte do filho. Esses cuidados ainda servem de proteção contra negligências e abusos.
Outro elemento fundamental à aliança emocional é o olhar, que favorece o posterior desenvolvimento da empatia. Crianças empáticas interagem melhor socialmente e são mais calorosas com seus pares.
Livro
O livro “Educar crianças as bases de uma educação socioemocional: um guia para pais, educadores e terapeutas”, escrito pelo psicólogo Renato Caminha e publicado pela Sinopsys Editora, conduz o leitor para um conceito de educação com horizontes ampliados.
Reúne conhecimentos e posturas a serem adotados para o incremento do desenvolvimento socioemocional. Deriva de um trabalho de mais de 20 anos do autor no universo infantil e que resultou na elaboração de estratégias tanto clínicas quanto preventivas para a promoção de saúde mental.