Junho Vermelho: campanha incentiva a doação de sangue

A campanha Junho Vermelho foi criada em 2015 no Brasil pelo movimento Eu Dou Sangue para conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue. Incluída no calendário nacional do Ministério da Saúde, a iniciativa faz um agradecimento aos doadores contínuos e um alerta para que a população em geral doe sangue regularmente, adotando uma cultura solidária.

A escolha do mês deve-se ao fato de que a Organização Munida da Saúde (OMS) instituiu a data de 14 de junho como o Dia Mundial do Doador de Sangue. Uma homenagem ao nascimento do médico austríaco Karl Landsteiner, ganhador do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1930 pelo descobrimento do sistema AOB de tipagem sanguínea e também descobridor do fator RH.

Outro motivo é que as doações de sangue, que são voluntárias, normalmente caem 30% nos meses mais frios do ano, de junho a agosto, e os estoques reduzem drasticamente nos hemocentros do País.

Por falar em redução de estoques, a pandemia da Covid-19 e a consequente necessidade de isolamento social são outros fatores que têm afetado negativamente o número de doações de sangue. Por isso, o Junho Vermelho também reforça a importância de a população continuar doando apesar das restrições.

A campanha pretende, ainda, demonstrar a necessidade de acesso universal à transfusão segura. E busca mobilizar apoio nos níveis nacional, regional e global entre governos e parceiros de desenvolvimento para investir, fortalecer e sustentar programas nacionais na área.

O sangue é insubstituível e não produzido artificialmente. As pessoas são a única fonte de matéria-prima para uma transfusão. Por isso, o Junho Vermelho é momento para ressaltar que a doação é uma forma de salvar vidas de um jeito fácil, rápido e seguro.

Quem doa sangue contribui para a saúde e o bem-estar de pessoas que dependem dele. Entre elas, pacientes com necessidade de se submeterem a tratamentos clínicos e procedimentos como quimioterapias, radioterapias e transplantes.

O sangue também é indispensável para portadores de anemia falciforme e talassemia e para pacientes que necessitam de procedimentos cirúrgicos de médio ou grande porte, como cirurgias cardíacas, oncológicas e outros. Assim como é vital para o tratamento de feridos em emergências de todos os tipos.

Um único doador pode salvar até quatro vidas, pois, a partir de sua doação, são produzidos quatro tipos de componentes sanguíneos: concentrado de hemácias, utilizado no tratamento de anemias; concentrado de plaquetas, para evitar ou tratar sangramentos relacionados à queda de plaquetas; plasma e crioprecipitado, que auxiliam na prevenção e no tratamento de sangramentos relacionados a irregularidades nos fatores de coagulação.

A quantidade de sangue retirada não afeta a saúde do doador, pois o organismo repõe rapidamente o que foi retirado. Uma pessoa adulta tem, em média, cinco litros de sangue e em uma doação são coletados no máximo 450 mililitros. Doar sangue não engorda ou emagrece e também não muda a densidade e as características do sangue. Além disso, não há risco de contrair doenças.

No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, 16 a cada mil habitantes doam sangue, o que corresponde a 1,6% da população brasileira. Percentual que, mesmo atendendo às exigências da OMS, de 1% a 3%, pode ser melhorado. Na Europa e Estados Unidos, por exemplo, esse percentual varia de 5% a 7%.

Um suprimento adequado de sangue, no entanto, só pode ser garantido com doações regulares. Por isso, a proposta do Junho Vermelho, assim como ocorre com outros movimentos de conscientização, como o Abril Verde e o Outubro Rosa, é trazer a questão da doação de sangue à tona no respectivo mês.

Dessa maneira, é fundamental que toda a sociedade brasileira participe da campanha. A população pode divulgá-la por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, e as empresas e demais instituições, sejam públicas ou privadas, podem promover eventos direcionados ao tema. Sempre lembrando de respeitar os cuidados preventivos necessários em função da pandemia do novo coronavírus.

Também é importante que todos os setores incentivem seus funcionários a doarem sangue. Muitos deles até querem doar, mas ficam com receio de faltar no serviço, mesmo sendo um direito garantido na legislação.

Outra forma de participar da campanha Junho Vermelho e chamar a sociedade à conscientização sobre a importância da doação de sangue é por meio da iluminação de prédios e monumentos.

Para quem quiser doar sangue, o Ministério da Saúde disponibiliza uma lista com hemocentros do Brasil (https://bit.ly/34abto1). Além disso, por meio da Ferramenta de Doação de Sangue do Facebook (https://bit.ly/3wlDG7v), as pessoas cadastradas recebem notificação no próprio aplicativo sobre onde devem fazer a doação. A iniciativa tem vínculo com hemocentros públicos e privados de todas as regiões do País.