Psicopatologias: anamnese do adulto e do idoso
08 de Setembro de 2022
Para um diagnóstico adequado das psicopatologias do adulto e do idoso e a consequente elaboração de um plano terapêutico eficaz, é fundamental uma anamnese completa por meio de entrevistas iniciais que visem coletar dados da história atual e pregressa do paciente.
Ainda que algumas dessas informações venham a aparecer ao longo do acompanhamento psicoterapêutico, o ideal é que a maior parte delas seja obtida no início da avaliação, no momento das entrevistas iniciais.
São nessas entrevistas iniciais (referidas no plural porque podem envolver o paciente, seus familiares e cuidadores, além de se prolongar por mais de um encontro) que a anamnese é feita, com o objetivo de prover ao profissional as informações relevantes para cada caso.
OBJETIVOS
Para perceber a importância de uma boa anamnese do adulto e do idoso para o desenvolvimento de um caso, é fundamental ao terapeuta ter em mente quais os objetivos dessa etapa inicial de avaliação.
O primeiro objetivo é a compreensão da demanda que traz o paciente ao consultório, pois é ela que norteará o restante da avaliação quanto à necessidade de se entrevistar informantes e quais domínios cognitivos deverão ser melhor avaliados.
Também dará um norte sobre quais instrumentos/escalas poderão ser utilizados para a avaliação e quais outros aspectos são importantes de serem avaliados, tais como personalidade, humor, funcionalidade, entre outros.
VÍNCULO INICIAL
Outro objetivo da anamnese é o estabelecimento de um relacionamento colaborativo e confiável entre paciente e/ou seus familiares e o profissional. Sem a criação desse vínculo inicial, a avaliação como um todo poderá ficar aquém do esperado.
A obtenção das informações a respeito da história clínica pregressa e atual é o terceiro objetivo da anamnese do adulto e do idoso. Nesse caso, as perguntas feitas pelo terapeuta são essenciais para guiar o relato a fim de que os dados necessários sejam fornecidos.
Por fim, o quarto objetivo da anamnese é a formulação de hipóteses. Com base nos dados trazidos pelo paciente e seus familiares, o psicólogo desenvolve algumas teorias explicativas do que pode estar acontecendo.
Essa formulação das hipóteses guiará o processo de avaliação, o qual testará as hipóteses, buscando corroborar ou descartá-las.
OBSERVAÇÕES CLÍNICAS
Além das informações obtidas na anamnese do adulto e do idoso por meio do relato do paciente e de seus familiares/informantes, esse momento de entrevista também deve ser encarado como uma oportunidade importante de observação dos aspectos clínicos do indivíduo.
Entre as observações a serem feitas, estão aquelas que dizem respeito, por exemplo, à aparência do paciente, à maneira como ele se comporta e como se comunica durante a entrevista, à velocidade e à coerência de sua fala.
LITERATURA
O livro “Psicopatologia do adulto e do envelhecimento: atualização e prática clínica”, publicado pela Sinopsys Editora, é um guia teórico para pensar diretrizes diagnósticas das psicopatologias contemporâneas do adulto e do idoso de acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM) e a Classificação internacional de doenças (CID).
Organizada pelas psicólogas Luciana Tisser e Natália Coimbra, a obra reúne 15 capítulos escritos por uma equipe de profissionais da psicologia e da psiquiatria, clínicos e/ou pesquisadores de transtornos mentais na idade adulta e no envelhecimento.
São contemplados temas como anamnese do adulto e do idoso, exame do estado mental, transtornos depressivos, transtornos de ansiedade, transtornos somáticos, transtornos do espectro da esquizofrenia, transtornos da personalidade e transtornos por uso de substâncias.