Teoria do Apego: saiba o que é - Sinopsys Editora
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Teoria do Apego: saiba o que é

Teoria do Apego: saiba o que é

28 de Maio de 2021

A Teoria do Apego aborda os relacionamentos interpessoais e procura descrever como ocorre tal conexão e como os primeiros vínculos de uma pessoa podem moldar suas expectativas sobre si e sobre o mundo. Trata-se de um estudo interdisciplinar que abrange os campos das teorias psicológica, evolutiva e etológica.

O desenvolvimento da Teoria do Apego pode ser organizado em três fases principais. A primeira decorre dos estudos do psiquiatra inglês John Bowlby junto a crianças com histórico de separação de suas figuras parentais.

A segunda fase decorre dos estudos observacionais da psicóloga estadunidense Mary Ainsworth com crianças de colo e suas mães nos lares e em laboratório.

Já a terceira decorre de um deslocamento do foco da Teoria do Apego para um nível mais representacional, o que foi iniciado pelo estudo das autoras norte-americanas Mary Main, Nancy Kaplan e Jude Cassidy.

CONCEITOS INICIAIS

Após a Segunda Guerra Mundial, as crianças órfãs e sem lar apresentaram muitas dificuldades e Bowlby foi convidado pela Organização das Nações Unidas a pesquisar e escrever sobre o assunto. A partir daí, ele formulou a Teoria do Apego.

Conforme esses conceitos iniciais, o apego corresponde a uma ligação com uma pessoa em especial, chamada de figura de apego, que é procurada pela criança durante uma situação de sofrimento.

O sistema de apego identifica situações de risco, avalia a disponibilidade da figura de apego e gera comportamentos emocionais, como chorar, sugar, agarrar, sorrir e seguir, para induzir respostas do cuidador.

Tal sistema tem como objetivo principal fazer a figura apegada se sentir segura. Quando isso ocorre, o ambiente é classificado como não ameaçador e a criança se sente apta a explorá-lo. No entanto, caso alguma ameaça seja detectada, ela volta a buscar a segurança da figura de apego.

Segundo Bowlby, ao longo das interações com a figura de apego, a criança utiliza sua avaliação sobre a disponibilidade e responsividade dessa figura para elaborar representações internas do self, das pessoas significativas e do mundo.

Essas representações são chamadas de modelos operantes internos, que guiarão as futuras percepções de mundo, os comportamentos e as relações pessoais.

ESTILOS


As pesquisas feitas pela psicóloga do desenvolvimento Mary Ainsworth nas décadas de 1960 e 1970 reforçaram os conceitos básicos de Bowlby, introduziram o conceito de `base segura’ e identificaram, entre os padrões de vínculos, três estilos de apego: apego seguro, apego evitativo e apego ambivalente.

Apego seguro refere-se à existência de um vínculo no qual a presença da figura de apego gera uma sensação de tranquilidade na criança. Esse apego é usado como um mecanismo de defesa ao qual retorna em situações de desconforto ou medo.

Por isso, quando a pessoa importante não está presente, ocorre na criança desconforto e angústia, diminuindo sua atividade e expressando preocupação. Geralmente, o retorno da pessoa quase sempre é bem-recebido, resultado do conhecimento de que ela responderá às necessidades.

Apego evitativo é um tipo de apego inseguro no qual a criança tende a não buscar segurança e proteção na figura de apego. Quando a figura sai, a criança geralmente não mostra grandes níveis de sofrimento ou medo e, quando volta, não se sente tão feliz. Existe uma certa indiferença ou evitação de contato.

Isso ocorre porque a figura de apego pode ter sido considerada insensível às necessidades da criança. Principalmente quando se trata de carinho e proteção. Os pequenos podem se sentir sem apoio ou que suas necessidades são rejeitadas.

Apego ambivalente é outro tipo de apego inseguro. Parte da existência de dúvidas da criança sobre se a figura do apego realmente responde às suas necessidades. Pode ser devido a um contato inconsistente no qual as necessidades às vezes são atendidas corretamente e outras vezes não são atendidas ou compreendidas.

Crianças com esse tipo de apego costumam estar próximas da figura de apego o tempo todo, pois se sentem inseguras e podem sofrer muito com o distanciamento. Mesmo assim, o retorno não implica uma abordagem rápida e feliz, mas rejeição e ressentimento diante do que pode ser considerado um abandono.

Pesquisas posteriores feitas pela psicóloga Mary Main e colegas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Estados Unidos, identificaram um quarto estilo de comportamento na Teoria do Apego chamado de apego desorganizado.

Apego desorganizado é uma mistura dos dois tipos anteriores de apego inseguro. Geralmente, é observado em ambientes em que as figuras de apego são positivas e negativas, são fonte de satisfação e danos. É mais comum em contextos de abuso e violência doméstica.

Nesse caso, os comportamentos apresentados pelas crianças não são consistentes. Por um lado, a ausência da figura de apego é perturbadora. Por outro, seu retorno pode ser saudado com medo ou alegria sem busca de proximidade. Além disso, elas evitam o contato e mostram padrões de mudança dependendo da situação.

FIGURAS


A Teoria do Apego propõe que crianças se apegam instintivamente a quem cuide delas com a finalidade de sobreviverem, incluindo o desenvolvimento físico, social e emocional. A meta biológica é a sobrevivência, e a meta psicológica é a segurança.

Normalmente, a mãe biológica é a principal figura de apego, mas o papel pode ser tomado por qualquer indivíduo que se comporte compativelmente durante um período.

Conforme a Teoria do Apego, a qualidade do compromisso social é mais influente que a quantidade de tempo despendido.

Nada sugere que o pai ou outras pessoas não sejam igualmente suscetíveis a se tornarem as principais figuras de apego, basta que eles provejam a maior parte do cuidado e da interação social ao pequeno.

Algumas crianças direcionam o comportamento de apego para mais de uma figura de apego tão logo comecem a fazer discriminação entre os cuidadores. Essas figuras são organizadas hierarquicamente, com a principal figura de apego no topo.
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Tags

Teoria do Apego, Apego Seguro, Apego Evitativo, Apego Ambivalente, Vínculo

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