Terapia cognitivo-comportamental: conheça as principais intervenções
01 de Dezembro de 2021
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é hoje o tratamento de primeira escolha para diversos distúrbios psicológicos, entre eles, depressão, transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtornos de uso de substâncias, transtornos alimentares e transtorno bipolar. Casos de insônia, controle da raiva e risco de suicídio também são atendidos com eficácia dentro da abordagem.
Assim como a TCC é recomendada para o tratamento de diferentes diagnósticos, ela também é flexível para os diferentes públicos, abrangendo adultos, crianças, adolescentes e idosos, individualmente ou em grupos.
As diferentes técnicas de intervenções em terapia cognitivo-comportamental são as que demonstraram cientificamente ter grande eficácia na psicologia clínica. Centram-se na modificação de pensamentos e comportamentos graças à aprendizagem de novas formas de pensar e agir mais adaptativas.
Tais técnicas são focadas no presente, embora seu objetivo seja a aquisição de hábitos e habilidades que proporcionem um bem-estar e uma qualidade de vida superiores que perdurem no tempo.
PRINCIPAIS TÉCNICAS
Entre as principais técnicas para intervenções em terapia cognitivo-comportamental, está o questionamento socrático. Trata-se de um dos procedimentos mais utilizados para auxiliar o paciente a fazer descobertas sobre a estrutura do seu pensamento, flexibilizá-lo e mudar crenças rígidas sobre si mesmo, os outros e o ambiente.
Por meio de questionamentos, o terapeuta conduz o paciente para que ele mesmo faça a descoberta — descoberta guiada.
Mais uma técnica utilizada nas intervenções da terapia cognitivo-comportamental é o registro dos pensamentos disfuncionais (RPD). Nesse caso, o profissional solicita ao indivíduo que registre a situação, sua interpretação da mesma (pensamento automático) e os sintomas emocionais, fisiológicos e comportamentais decorrentes.
Já nas técnicas de relaxamento e mindfulness (atenção plena), o terapeuta ensina técnicas de respiração e relaxamento muscular, para que o paciente consiga regularizar suas sensações, se perceber e conquistar o autocontrole em momentos de crise.
Por sua vez, o treino de habilidades sociais consiste na simulação de cenas e cenários para que o indivíduo consiga desenvolver e expressar competências sociais com o objetivo de estendê-las à sua rotina.
Ainda na lista de técnicas utilizadas nas intervenções em terapia cognitivo-comportamental está a dessensibilização sistemática. Muito eficaz no tratamento de fobias e síndrome do pânico, consiste na exposição gradual, segura e guiada da pessoa aos elementos que lhe causam medo.
PSICOEDUCAÇÃO
Os princípios da psicoeducação e prevenção de recaídas são educativos. Visam ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta, a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenças disfuncionais, enfatizando a prevenção da recaída na etapa final do processo.
As chamadas tarefas de casa também devem estar presentes nas intervenções em terapia cognitivo-comportamental. A prática tem relevância no trabalho de reestruturação cognitiva, servindo como uma experiência capaz de questionar a validade das crenças que estão por trás de certos sofrimentos, como aqueles desproporcionais e outras disfunções do paciente.
É uma maneira da terapia continuar acontecendo mesmo longe do consultório. Por isso, o profissional precisa adaptá-la conforme o momento em que o paciente está vivendo, além de ser uma prática de comum acordo entre ambos.
LITERATURA

O livro "Estratégias de intervenção em psicoterapia cognitivo-comportamental: estudos de caso", publicado pela Sinopsys Editora, apresenta relatos de profissionais gabaritados da saúde mental sobre suas experiências reais no manejo clínico de diferentes patologias com estratégias e intervenções em terapia cognitivo-comportamental.
Organizada pela psicóloga Camilla Volpato Broering, a obra é direcionada a psicólogos que trabalham na área e estudantes de psicologia que queiram trabalhar. O objetivo é instrumentalizá-los para utilizarem tais recursos e técnicas em sua atuação clínica.
Dividido em 11 capítulos, o livro expõe de forma clara e didática estudos de vários casos, englobando terapia de casais, obesidade, ansiedade de desempenho, transtorno de pânico (TP), transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva (TPOC), transtorno da personalidade histriônica (TPH), ataques de raiva, relacionamento abusivo, depressão e ansiedade grave. Também discorre sobre a TCC e o coaching como estratégias de intervenção.