Transtorno explosivo intermitente na infância e adolescência
13 de Abril de 2022
O transtorno explosivo intermitente (TEI) tem seu início na infância e adolescência. É altamente prevalente, persistente e acarreta sérios prejuízos à vida de crianças e adolescentes.
O fato de o transtorno explosivo intermitente ser ainda pouco estudado e, consequentemente, subdiagnosticado e subtratado faz com que poucas crianças e adolescentes recebam tratamento.
Sendo assim, evidencia-se a necessidade de maiores esforços na área da saúde pública, assim como no meio educacional, na tentativa de se fazer intervenções precoces, objetivando impedir ou diminuir também o risco de desordens psiquiátricas secundárias.
INTERVENÇÕES
Psicoterapias de diferentes orientações teóricas têm sido usadas para tratar transtornos que envolvem comportamentos agressivos na infância e adolescência, mas o maior corpo de evidência disponível na literatura atribui eficácia para as abordagens cognitivo-comportamentais.
Na psicoterapia infantil, o trabalho com os pais é sempre fundamental para que o aprendizado alcançado na sessão possa ser ampliado e reforçado para outros contextos. A escolha de técnicas de intervenção vai depender da análise funcional do caso.
No atendimento a crianças e adolescentes com transtorno explosivo intermitente, a orientação dos cuidadores se torna essencial e, sempre que possível, o trabalho com a escola e os professores também deve ser feito.
POSSIBILIDADES
Existe uma variedade de possibilidades a serem utilizadas no atendimento terapêutico do transtorno explosivo intermitente na infância e adolescência, não havendo, portanto, um protocolo fechado.
Fundamentalmente, o vínculo terapêutico deve estar fortalecido tanto com o paciente quanto com os pais ou outros responsáveis.
Por ser um transtorno que causa muito desgaste nas relações familiares, os pais podem experimentar sensações de cansaço, frustração, intolerância e raiva em relação ao filho, o que pode intensificar a deterioração do relacionamento e interferir ainda mais na autoestima e na autoeficácia do grupo parental.
É condição indispensável que os pais se sintam acolhidos e compreendidos em sua angústia e encontrem no terapeuta respaldo técnico e emocional que lhes permita resgatar a confiança em sua capacidade de cuidar do próprio filho.
O atendimento familiar conjunto também deve ser incluído à medida que é um momento extremamente rico que favorece, entre outras possibilidades, o treino da comunicação.
TRATAMENTO PRECOCE
Quando o tratamento do TEI começa precocemente, o prognóstico torna-se mais favorável, pois, quanto mais persistentes são os comportamentos desadaptativos, mais difícil se torna sua supressão e a promoção de comportamentos adequados.
De forma geral, o tratamento precoce do transtorno explosivo intermitente na infância e adolescência alcança resultados significativamente efetivos no que concerne à aquisição de comportamentos socialmente aceitos.
Nesse sentido, a escola pode ser de grande importância ao preparar seus profissionais para que possam estar atentos a possíveis sintomas e encaminhar esses alunos para uma avaliação clínica mais criteriosa.
LIVRO
O livro "Mente impulsiva, comportamento explosivo: Transtorno explosivo intermitente", de autoria da psicóloga Vânia Calazans e publicado pela Sinopsys Editora, aprofunda o tema sob vários aspectos.
O propósito da obra é apresentar o TEI ao maior número de pessoas, pois somente por meio do conhecimento é possível minimizar o sofrimento e o preconceito acerca do assunto. Embora tenha sido escrito para profissionais da saúde, a linguagem utilizada é de fácil compreensão para o público geral.