Transtornos Depressivos: a prevalência nos consultórios
28 de Julho de 2021
Os Transtornos Depressivos prevalecem nos consultórios de saúde mental, sendo a principal causa de incapacidade entre as doenças segundo informações da Organização Mundial da Saúde. Também conforme a OMS, o Brasil é o segundo país das américas com maior número de pessoas depressivas, 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%.
Os Transtornos Depressivos ocorrem em qualquer idade, inclusive na infância, mas normalmente se desenvolvem na metade da adolescência, na terceira ou na quarta década de vida.
Alguns deles estão classificados no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) da APA (Associação Americana de Psiquiatria) por sintomas específicos. É o caso do Transtorno Depressivo Maior (Depressão Maior) e do Transtorno Depressivo Persistente (Distimia).
Outros Transtornos Depressivos são classificados pela etiologia, como o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, o Transtorno Depressivo Decorrente de Outra Condição Médica e o Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicação.
SINTOMAS
Os Transtornos Depressivos caracterizam-se por tristeza suficientemente grave ou persistente para interferir no funcionamento social ou ocupacional das pessoas.
Provocam disfunções cognitivas, psicomotoras e de outros tipos, como dificuldade de concentração, fadiga, distúrbios do sono, perda do desejo sexual, perda de interesse ou prazer em praticamente todas as atividades antes apreciadas.
Pessoas com depressão frequentemente têm pensamentos suicidas e podem tentar o suicídio. Outros sintomas ou transtornos mentais, como ansiedade e ataques de pânico, comumente coexistem.
CAUSAS
As causas exatas dos Transtornos Depressivos são desconhecidas, mas contribuem a hereditariedade, as alterações nos níveis de neurotransmissores, a alteração da função neuroendócrina e os fatores psicossociais.
Indivíduos que tiveram um episódio de Depressão Maior têm risco elevado de episódios subsequentes. Pessoas menos resilientes e/ou com tendências ansiosas também têm mais chances de desenvolver Transtornos Depressivos.
Certos fármacos, como corticoides, alguns betabloqueadores, interferona e reserpina, também podem resultar em Transtornos Depressivos. O abuso de algumas drogas, como álcool e anfetaminas, pode levar a ou acompanhar a depressão. Já efeitos tóxicos ou abstinência de drogas podem causar sintomas depressivos transitórios.
Transtornos Depressivos também podem se desenvolver em pessoas com outros transtornos mentais. Podem, ainda, acompanhar vários distúrbios físicos, incluindo doenças da tireoide e da glândula adrenal, tumores cerebrais benignos e malignos, acidente vascular encefálico, aids, Parkinson e esclerose múltipla.
As mulheres representam o maior número de pacientes diagnosticados com depressão. Os possíveis fatores para isso incluem maior exposição ou resposta aumentada a estresses cotidianos, níveis mais elevados de monoamina oxidase (enzima que degrada neurotransmissores considerados importantes para o humor), taxas mais altas de disfunção tireoidiana e alterações endócrinas.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico dos Transtornos Depressivos baseia-se em critérios clínicos. Diferenciar os diferentes tipos pode ser uma tarefa árdua, porque eles podem coexistir e um pode contribuir com o outro.
Distúrbios físicos que podem causar a depressão devem ser excluídos por meio de avaliação clínica e testes laboratoriais selecionados, tais como hemograma completo, níveis de TSH e eletrólitos, vitamina B12 e folato. Em alguns casos, testes para uso de drogas ilícitas são necessários.
Às vezes, os sintomas dos Transtornos Depressivos desaparecem espontaneamente, sobretudo quando são leves ou de curta duração. A depressão leve normalmente é tratada com suporte geral e psicoterapia. Já o tratamento da depressão moderada à grave engloba fármacos, psicoterapia ou ambos e, algumas vezes, eletroconvulsoterapia (ECT).