Vamos falar sobre terapia de esquemas
24 de Maio de 2019
A Terapia de Esquemas é a metodologia de trabalho desenvolvida por Jeffrey E. Young que amplia a Terapia Cognitivo-Comportamental tradicional e se diferencia por dar ênfase à investigação das origens dos problemas psicológicos na infância. É nesta fase da vida que surgem os esquemas iniciais desadaptativos, a partir das necessidades emocionais básicas não atendidas. Além disso, a TE usa técnicas emotivas e foca tanto na relação terapêutica quanto nos estilos desadaptativos de enfrentamento.
COMO SURGEM OS ESQUEMAS?
Todos temos 5 necessidades básicas e universais que precisam ser satisfeitas. Quando essas necessidades não são atendidas de maneira adequada, na infância, dão origem aos domínios dos esquemas desadaptativos. Segundo a psicóloga Lilian Scortegagna (2019), a Terapia de Esquemas agrupa essas necessidades em grupos:
VÍNCULOS SEGUROS:
Com outras pessoas, onde além da segurança, a criança possa se sentir cuidada e aceita de maneira estável.AUTONOMIA:
Onde a identidade e a competência são valorizadas, orientadas e estimuladas.LIMITES REALISTAS E AUTOCONTROLE:
Para que a criança possa se desenvolver com limites e orientações assertivas e amorosas.LIBERDADE DE EXPRESSÃO:
Aqui a prioridade é a validação das emoções, necessidades e expressão da criança.ESPONTANEIDADE E LAZER:
Proporcionando um ambiente prazeroso, que valoriza o lazer e produções espontâneas.Scortegagna (2019) explica que os esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) são padrões emocionais e cognitivos disfuncionais que se formam por memórias, emoções e sensações corporais no início da vida e são perpetuados ao longo dos anos. Mesmo causando sofrimento, eles têm relação com a pessoa e com quem a rodeia, o que faz com que sejam difíceis de mudar.
Os comportamentos desadaptativos vêm como respostas a estes esquemas, sendo acionados por situações gatilho que remetem às experiências traumáticas remotas. As ações que perpetuam os esquemas, internas ou externas, são chamadas de processos esquemáticos (PEs). (SCORTEGAGNA, 2019). Esses processos integram os modos de enfrentamento desenvolvidos pelo sujeito (como a melhor forma de lidar com certas condições), que são naturalizados por ele por terem sido funcionais em situações anteriores.
TERAPIA DOS ESQUEMAS - COMPORTAMENTOS DESADAPTATIVOS
Entenda os modos esquemáticos - (MEs)
Quando os pacientes apresentam diversos EIDs ou PEs muito enraizados percebe-se a necessidade de um trabalho envolvendo os modos dos esquemas, que é visto como "um avanço da TE utilizado por ser mais objetivo e didático e ter resultados positivos em perturbações de personalidade mais severas" (SCORTEGAGNA, 2019). Os modos se constituem a partir do agrupamento de EIDs e PEs que geram padrões característicos de funcionamento dos sujeitos, sendo acionados por situações específicas que estão atreladas a necessidades básicas não atendidas. Atualmente trabalhamos com 10 modos principais e 8 identificados mais recentemente:
Terapia dos Esquemas - comportamentos desadaptativos
Ao trabalhar com modos de esquemas, além de atender as necessidades básicas não atendidas, conectando-se com a criança vulnerável, você vai:
1º - Validar os MEs criança e compreendê-los (repaternalização limitada);
2º - Combater os MEs dos pais hiper exigentes ou punitivos;
3º - Encorajar os MEs da criança feliz e adulto saudável (e muitas vezes estruturá-los com a ajuda do terapeuta);
4º - Compreender os MEs de enfrentamento desadaptativos em sua função remota e reavaliar se na vida atual continuam gerando resultados positivos.
Saiba mais sobre terapia do esquema: assista à Sinopsys Entrevista com Ricardo Wainer e Leandro Wainer!