O que é depressão e como ela se manifesta?

A depressão é considerada uma doença do humor, e o nome técnico que os profissionais de saúde utilizam para se referir a ela é transtorno depressivo maior.

Altamente incapacitante, acarretando uma série de prejuízos à vida pessoal e profissional, a depressão atinge 4,4% da população mundial, ou seja, mais de 300 milhões de pessoas segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Trata-se de um transtorno comum entre adultos jovens e de meia-idade. Estima-se que grande parte dos deprimidos apresenta um comprometimento grave, podendo sofrer pelo menos um episódio depressivo maior a cada ano.

Embora ainda não haja uma causa bem estabelecida, fatores como estresse, estilo de vida e questões genéticas, quando combinados, contribuem para o surgimento da doença.

Para avaliar adequadamente se a pessoa tem depressão, é importante verificar se houve uma mudança em relação ao seu funcionamento, como, por exemplo, se passou a agir de maneira diferente nas últimas duas semanas e se tal alteração é percebida por ela própria, por familiares, amigos e/ou colegas de trabalho.

Quando alguém tem depressão, observa-se que o humor deprimido está presente ao longo da maior parte do dia quase todos os dias, ou seja, o indivíduo se apresenta de uma forma mais triste do que o habitual.

Talvez ele fique mais introspectivo ou se emocione com maior facilidade. Pode se sentir mais triste, sem esperança, com uma sensação de vazio.

Muitas vezes, a tristeza não é facilmente identificada e o deprimido refere sentir frustração ou raiva em relação às atividades cotidianas da vida.

Outro sintoma da depressão é a anedonia, ou seja, perda ou diminuição da capacidade de sentir prazer. Atividades que antes despertavam algum interesse, como sair com amigos, ouvir música, praticar atividades físicas ou lazer, não geram mais a mesma satisfação, dando lugar à sensação de indiferença.

Algumas alterações fisiológicas são esperadas em pessoas com depressão, como mudanças no apetite, no sono e na energia.

Os indivíduos deprimidos também podem apresentar alterações psicomotoras, parecendo mais lentos, com pausas maiores entre a fala, com gestos mais demorados, como se estivessem agindo em slow motion.

Além disso, podem apresentar comportamentos de agitação, com aparente inquietação e dificuldade de permanecer sentados.

No que diz respeito a alterações cognitivas, pessoas com depressão compartilham visões negativas a respeito do seu próprio valor, do valor dos outros e de situações do cotidiano, pois se veem como incapazes, vulneráveis, incompetentes, inferiores e indignas de amor.

Muitas vezes, elas têm sentimento de inutilidade ou excesso de culpa em situações que, antes da depressão, suscitariam outras respostas emocionais. Também podem apresentar redução do desempenho intelectual nas atividades diárias.

Um dos sintomas mais graves da depressão é a presença de pensamentos de morte, ideação suicida ou tentativa de suicídio.

Quando presente, a depressão pode ser classificada de acordo com a gravidade dos sintomas. É considerada leve quando o indivíduo apresenta poucos sintomas e o grau de sofrimento ou prejuízo não é exacerbado.

A gravidade aumenta à medida que se eleva o prejuízo e o sofrimento percebido pelo deprimido e por pessoas próximas a ele. É importante mencionar que essa avaliação deve ser feita por um profissional de saúde mental.

Com o livro "O que você precisa saber sobre depressão e tem medo de perguntar", o leitor entende o que é depressão, como ela se manifesta, quais os sinais de atenção e o que pode ser feito para enfrentá-la ou ajudar pessoas próximas que apresentem o transtorno.

De autoria dos psicólogos Leandro da Fonte Feix e Tayse Conter de Moura, é direcionado para uso clínico e familiar para auxiliar no tratamento psicoterápico da depressão.

Publicada pela Sinopsys Editora, a obra faz parte da coleção "O que você precisa saber e tem medo de perguntar", que visa a esclarecer aspectos relacionados a transtornos mentais para não especialistas.

Caracteriza-se por uma linguagem clara, objetiva e acessível a todos. Um de seus principais diferenciais é a sua construção, mediante perguntas e respostas mais frequentes entre a população.